O cantor e compositor mineiro Sérgio Pererê tornou pública uma ação judicial que move contra uma publicação que classificou como ofensiva e discriminatória sua apresentação no Festival de Fado, realizado no dia 1º de junho, na Igreja de Nossa Senhora das Dores, em Ouro Preto (MG). O artista afirma ter sido vítima de intolerância religiosa e racismo, após um vídeo que o acusa de “profanação da igreja” circular nas redes sociais. Confira o que disse o artista sobre sua apresentação:
“Foi um show em que eu apresentei canções chamadas Canções de Bolso, mas, alguns dias depois, recebi um vídeo no Instagram de uma pessoa dizendo que meu show foi uma profanação à Igreja Católica. Dizia que havia barbaridades, sacrilégios — ou seja, um desrespeito total, não só com a minha arte, mas também com a minha pessoa e com a matriz africana. Ou seja, uma sequência de desrespeitos.”
A repercussão negativa da postagem, segundo ele, trouxe consequências diretas à sua vida pessoal e profissional.
Diante do impacto, o cantor decidiu acionar a Justiça com uma medida inicial pedindo a retirada do conteúdo ofensivo do ar. Agora, com o apoio de uma equipe jurídica, o processo será ampliado. Pererê destaca que, além da busca por reparação, seu objetivo é provocar uma reflexão mais ampla.
“Eu estou muito esperançoso, porque estamos com uma equipe muito competente de advogados. Estou muito esperançoso que a gente consiga dar passos, porque acredito que seja muito importante, nos dias de hoje e diante de um fato como esse, termos também essa situação como uma oportunidade de refletir sobre o racismo no Brasil e em Minas Gerais, nas cidades históricas sobretudo, e sobre a intolerância religiosa. A gente vai continuar firme aqui. Até conseguir alguma reparação em algum nível”
A organização do Fado ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. O show de Sérgio Pererê foi uma das apresentações do evento que celebra a música portuguesa em diálogo com a cultura mineira, frequentemente realizado em locais históricos e religiosos da cidade.
A ação judicial segue em andamento.