Uma descoberta arqueológica significativa foi feita em Minas Gerais, revelando um abrigo de preguiças-gigantes pré-históricas. A caverna, conhecida como paleotoca AP38, está localizada próxima ao Parque Nacional da Serra do Gandarela, no quadrilátero ferrífero do estado.
As preguiças-gigantes, mamíferos herbívoros que habitaram as Américas há aproximadamente 10 mil anos, são as protagonistas dessa história. Eram animais de grande porte e tranquilos, que percorriam as paisagens pré-históricas em rebanhos, alimentando-se de folhas, gramíneas e ramos. Suas enormes garras nas patas dianteiras eram ferramentas hábeis para alcançar o topo das árvores e obter seu sustento, enquanto sua boca especializada e língua adaptada permitiam que se alimentassem das vegetações exuberantes da época.
A caverna AP38 abriga uma complexa rede de túneis interligados e câmaras expansivas que forneceram refúgio e habitat para essas criaturas impressionantes. Com aproximadamente 340 metros de extensão, é a maior paleotoca já encontrada em Minas Gerais. Desde sua descoberta em 2010, medidas rigorosas de proteção foram adotadas para salvaguardar sua importância histórica e biológica. A Vale classificou a caverna como de “máxima relevância”, garantindo-lhe um status legal de proteção permanente, conforme o Decreto Federal 10.935 de 12 de junho de 2022.
A preservação da AP38 e seu entorno tem sido de responsabilidade da Vale. Desde 2010, a empresa mantém uma equipe de 25 especialistas dedicados ao monitoramento e proteção de cavernas em todo o país. Medidas como barreiras físicas, monitoramento contínuo das condições ambientais e restrições de acesso foram implementadas para garantir a integridade desse tesouro arqueológico.
A descoberta da caverna AP38 possui valor inestimável em termos históricos, ecológicos e ambientais, oferecendo insights cruciais para a evolução da vida no planeta. Embora não esteja aberta ao público devido à ausência de potencial turístico, essa descoberta lança uma fascinante luz sobre um período há muito desaparecido da história da Terra, quando preguiças-gigantes vagavam pelas paisagens de Minas Gerais, deixando suas marcas gravadas nas paredes dessa caverna única.
