Ao menos quatro manifestantes morreram em confronto com forças de segurança durante protestos contra o resultado das eleições presidenciais em Camarões, informou o governo local.
Os quatro foram mortos a tiros em Duala, capital econômica do país neste domingo (26), segundo a Associated Press. Além do tiroteio, as forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo a fim de dispersar os manifestantes, que fizeram barricadas em estradas do país.
Dezenas de apoiadores, ativistas e líderes da oposição foram presos nos últimos dias. Segundo o governo, os detidos planejavam ataques violentos.
Nesta segunda (27), foi declarada a vitória do presidente Paul Biya, de 92 anos, o mais velho do mundo. Ele lidera o país centro-africano desde 1982, e o Conselho Constitucional apontou que ele recebeu 53,66% dos votos.
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Houve troca de tiros durante as manifestações, atingindo dois civis em Garoua, segundo o opositor Issa Tchiroma Bakary.
“Número do ataque deles: dois mortos. O que será que vão dizer desta vez? Atirar à queima-roupa nos próprios irmãos - não posso deixar de me perguntar se vocês são mercenários. Matem-me se quiserem, mas eu libertarei este país por todos os meios necessários. Que impunidade flagrante”, disse.
Os protestos demonstraram a tensão entre a juventude africana e os líderes idosos do continente. Críticos acusam Biya de conduzir Camarões da estabilidade a uma crise devido às tentativas do governo de impor o francês nas escolas e nos tribunais de língua inglesa. Quase 7 mil morreram durante a crise, mais de um milhão se deslocaram internamente e milhares fugiram para a Nigéria.