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Mãe e filho ficam 24 horas presos dentro de um carro durante nevasca no Atacama

Ao todo, 30 pessoas foram resgastadas, incluindo 19 brasileiros; a operação durou mais de 12 horas, segundo governo chileno

A nevasca iniciou por volta do meio dia, na quarta-feira (25); o grupo só foi resgatado na quinta-feira (26), 24 horas depois, conta Carol

Mãe e filho ficaram presos dentro de um carro por 24 horas durante uma Nevasca no deserto do Atacama, no Chile. Ao todo, 30 pessoas, incluindo 19 brasileiros, foram resgatadas a mais de 4.500 metros na última quinta-feira (26).

Caroline Soares e seu filho de 13 anos, o mais novo entre o grupo de resgatados, estavam em uma viagem a passeio no Chile. A família estava em uma van de agência de viagens, na Rota dos Salares, quando o tempo mudou em “questão de minutos”, conta Carol.

Em depoimento para Itatiaia, ela fala que não havia nenhuma visibilidade para o motorista e a van bateu de frente com um caminhão que estava parado. Eles e outros turistas tiveram que sair da van, pois corriam o risco de outro veículo colidir.

“Veio um outro caminhão derrapando, que parou a dois palmos da gente. O desastre ia ser muito maior se ele não tivesse parado, a carreta dele quase prensou a gente”, ela explica.

Para se abrigar, Carol conta que haviam vários caminhões parados, entre eles um caminhão-cegonha com carros dentro dele. Foi quando eles conseguiram fugir da Nevasca.

“Ficou eu e meu filho nesse carro do meio dia, ao meio-dia e meio do dia seguinte, que foi quando o exército foi resgatar a gente. Não tínhamos notícias de nada, não sabíamos se estava vindo resgate, quanto tempo ia demorar”, ela conta a angústia.

“A gente passou frio a noite inteira, entrava vento dentro do carro, congelou o nosso carro. A gente não tinha comida e não podíamos sair para ir no banheiro”.

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Resgate

A operação de resgate foi feita pelo Corpo de Bombeiros do Exército do Chile e também pelo Comitê de Gestão de Riscos de Desastres (COGRID) do município de San Pedro do Atacama.

Carol conta à Itatiaia que levou 9 horas para chegar ao centro de São Pedro. “Não deu para ficar sentada, foram 9 horas em pé, sem luz, com o caminhão todo escuro, entrando vento, neve e gelo pelas frestas”.

Assim que chegaram, por volta das 22h da quinta-feira (26), o grupo de resgatado foi direto para o hospital. Uma estrutura para recebê-los foi erguida e, segundo ela “a agência deu todo o suporte”.

“Graças a Deus deu tudo certo, ninguém se machucou. O medo mesmo foi de não ter notícias e não saber o que ia acontecer”, diz Carol aliviada. Ela e seu filho já retornaram para São Paulo.

Mestrando em Comunicação Social na UFMG, é graduado em Jornalismo pela mesma Universidade. Na Itatiaia, é repórter de Cidades, Brasil e Mundo