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Estados Unidos destinam mais terras públicas para promover mineração de carvão

Carvão responde por mais de um terço da geração elétrica mundial e é um dos principais contribuintes para o aquecimento global devido às emissões de CO2

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos

O governo dos Estados Unidos anunciou, nessa segunda-feira (29), a intenção de abrir vastas terras públicas à mineração de carvão, ao mesmo tempo em que destinará 625 milhões de dólares (R$ 3,3 bilhões) para “expandir e revigorar” uma indústria amplamente responsabilizada pelo agravamento da crise climática.

O carvão, que responde por mais de um terço da geração elétrica mundial, é um dos principais contribuintes para o aquecimento global devido às emissões de CO2 resultantes de sua combustão.

O Departamento do Interior informou que pretende liberar 5,3 milhões de hectares de terras federais para a exploração de carvão, em cumprimento às ordens do presidente Donald Trump de aumentar a produção do mineral. A medida vai na contramão dos apelos globais para reduzir emissões de gases de efeito estufa.

O secretário do Interior, Doug Burgum, afirmou que a decisão busca “fortalecer nossa economia” e “proteger a segurança nacional”. Já o diretor da Agência de Proteção Ambiental (EPA), Lee Zeldin, elogiou a expansão do carvão e declarou que ela ajudará a “reduzir os custos” da energia “para as famílias americanas”.

Em abril, Trump havia assinado decretos para “impulsionar” a produção de carvão, em especial como resposta ao crescimento da demanda energética provocado pela inteligência artificial. O plano de investimento inclui recursos para modernizar usinas de carvão que, de outra forma, seriam fechadas.

A decisão gerou críticas imediatas de ambientalistas. “Esta administração está pegando dinheiro público e entregando aos donos das fontes de energia mais antigas, mais caras e mais poluentes”, disse à AFP Amanda Levin, diretora de análise de políticas do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais. “Que maneira de gastar o dinheiro dos nossos impostos!”.

O uso do carvão nos Estados Unidos vem diminuindo nas últimas décadas, à medida que o gás natural e as energias renováveis, como a solar e a eólica, ganham participação de mercado, principalmente por seus custos mais competitivos.

Em 2024, a energia solar e eólica combinadas superaram o carvão pela primeira vez, segundo análise da organização independente Rhodium Group.

De acordo com a Administração de Informação de Energia (EIA), em 2023 cerca de 15% da eletricidade americana foi gerada por usinas a carvão, uma queda expressiva em relação a 50% no ano 2000.

O carvão continua representando pouco mais de um terço da produção elétrica mundial, e sua eliminação progressiva é considerada essencial para atingir as metas globais de combate ao aquecimento climático.

*Com informações da AFP

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