3I/Atlas: cometa representa ameaça à Terra? Veja o que diz a Nasa

Vindo de outro Sistema Solar, o cometa 3I/Atlas intrigou cientistas e observadores desde que foi observado pela primeira vez em 1º de julho de 2025

Em 3 de outubro, o ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO) da ESA voltou seus olhos para o cometa interestelar 3I/ATLAS enquanto ele passava perto de Marte

Desde que foi observado pela primeira vez, em 1º de julho de 2025, o cometa interestelar 3I/Atlas intriga astrônomos e observadores pela raridade de sua aparição. Considerado um “intruso”, o astro não se formou no Sistema Solar. Logo, o cometa se tornou alvo da curiosidade - e do medo - de muitas pessoas.

No dia 19 de dezembro, o astro deve chegar ao ponto mais próximo da Terra desde que entrou no Sistema Solar, segundo a Agência Espacial Europeia. O cometa passará a uma distância mínima do planeta azul de cerca de 270 milhões de km, aproximadamente 1,8 vezes a distância entre a Terra e o Sol.

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No entanto, a Agência Espacial norte-americana (Nasa) esclareceu que não existe risco do 3I/Atlas atingir a Terra. “Embora a trajetória do objeto o leve para o sistema solar interno, ele não se aproximará da Terra. À medida que o cometa 3I/ATLAS viaja pelo sistema solar, ele não chegará a menos de 1,8 unidades astronômicas (cerca de 270 milhões de quilômetros) do nosso planeta”, explicou a Nasa.

O 3I/Atlas é o terceiro objeto conhecido de fora do Sistema Solar já visto, atrás apenas do o 1I/ʻOumuamua  em 2017 e  o 2I/Borisov  em 2019, de acordo com a Agência Espacial Europeia. O cometa atingiu o ponto mais próximo do Sol em 30 de outubro de 2025, quando estava a uma distância de 210 milhões de quilômetros e dentro da órbita de Marte.

Embora os astrônomos ainda não saibam qual o tamanho do 3I/Atlas, observações do Telescópio Espacial Hubble até 20 de agosto de 2025 indicam que o diâmetro de seu núcleo não é inferior a 440 metros (1.444 pés) e não superior a 5,6 quilômetros (3,5 milhas).

Veloz, o cometa viajava a cerca de 221 mil quilômetros por hora quando foi descoberto. De acordo com a Nasa, essa quilometragem aumenta à medida em que ele se aproxima do Sol.

Avistado no início de outubro

Mais velho que o Sistema Solar, o cometa 3I/Atlas foi observado entre 1° e 7 de outubro pelas naves ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO) e Mars Express da ESA enquanto passava perto de Marte. O ‘intruso’ interestelar foi visto durante a aproximação máxima ao Planeta Vermelho em 3 outubro, quando estava a 30 milhões de quilômetros dele.

A princípio, o cometa foi observado sem a cauda, mas os cientistas acreditam que ela pode se tornar mais visível em observações futuras à medida que o cometa continua a aquecer e liberar mais gás. As imagens registradas pelo ExoMars TGO mostram o cometa como um ponto branco ligeiramente difuso movendo-se para baixo próximo ao centro da imagem.

A partir do registro, foi possível observar o centro do cometa e compreender o seu núcleo rochoso e gelado e a cabeleira circundante. Esta última é criada à medida que o 3I/Atlas se aproxima do Sol.

O calor e a radiação dão vida ao cometa, o que faz com que ele libere gás e poeira, que se acumulam como um halo ao redor do núcleo. É comum que o material da cabeleira se arraste para uma longa cauda, que pode atingir milhões de quilômetros à medida que o cometa se aproxima do Sol.

Forasteiro no Sistema Solar

‘Intruso’, o cometa 3I/Atlas é originário de fora do Sistema Solar. O objeto foi avistado pela primeira vez em 1° de julho de 2025 pelo telescópio ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), em Río Hurtado, no Chile.

Desde então, astrônomos têm usado telescópios terrestres e espaciais para monitorar o progresso do ‘cometa forasteiro’ e descobrir mais sobre ele. A partir da trajetória do astro, os astrônomos acreditam que o 3I/Atlas possa ser o cometa mais antigo já observado. Ele pode ser três bilhões de anos mais velho que o Sistema Solar, que já tem 4,6 bilhões de anos.

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas

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