Em uma entrevista publicada no livro ‘Lo sguardo: porta del cuore’ (‘O olhar: porta do coração’, em tradução livre), em 2021, o
A Estrada da Vida (1954)
O filme preferido do
O Papa se identifica profundamente com a obra, dizendo: “‘A estrada da vida’ de Fellini é o filme de que eu mais gostei. Eu me identifico muito nesse filme, em que encontramos uma referência implícita a São Francisco. Fellini soube dar uma luz inédita ao olhar sobre os últimos. Nesse filme, o relato sobre os últimos é exemplar e é um convite a conservar o seu precioso olhar sobre a realidade”.
O longa venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1957.
Roma, Cidade Aberta (1945)
Dirigido por Roberto Rossellini, ‘Roma, Cidade Aberta’ é considerado um marco do neorrealismo e conta a história da resistência italiana durante a ocupação nazista em Roma.
O Papa recorda com carinho sua infância ao assistir a filmes com Anna Magnani e Aldo Fabrizi, incluindo este, que marcou sua visão sobre a Guerra Mundial. “Entre os 10 e os 12 anos, acho que vi todos os filmes com Anna Magnani e Aldo Fabrizi, incluindo ‘Roma, cidade aberta’, de Roberto Rossellini, que amei muito. Para nós, crianças na Argentina, esses filmes foram muito importantes, porque nos fizeram entender em profundidade a grande tragédia da Guerra Mundial”.
A Festa de Babette (1987)
Outro filme que tocou o Papa é ‘A Festa de Babette’, dirigido por Gabriel Axel, narra A história de uma refugiada francesa que, ao ganhar na loteria, oferece um banquete para uma comunidade protestante da Dinamarca, provocando profundas transformações nos moradores locais.
O filme fez o Papa refletir sobre a importância da memória e da alegria de fazer os outros felizes. “Na minha experiência de padre, recorri várias vezes à ‘memória por imagens': na Amoris laetitia, refiro-me ao filme ‘A Festa de Babette’, de Gabriel Axel (1987), para explicar a importância da alegria de fazer as delícias dos outros”.
O longa conquistou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1988.
A Culpa dos Pais (1943)
Por fim, o Papa Francisco citou ‘A Culpa dos Pais’, dirigido por Vittorio De Sica, que aborda a vulnerabilidade da infância diante das falhas dos adultos.
O Papa comentou sobre o olhar neorrealista do filme e sua capacidade de captar a pureza das crianças. “‘A culpa dos pais’ é um filme de 1943 de Vittorio De Sica que eu gosto de citar frequentemente, porque é muito bonito e rico em significados. Em muitos filmes, o olhar neorrealista foi o olhar das crianças sobre o mundo: um olhar puro, capaz de captar tudo, um olhar límpido através do qual podemos identificar imediata e nitidamente o bem e o mal”.