Nesta quarta-feira (23), em um caixão simples de madeira, forrado com tecido vermelho, o
Na tradição católica, o vermelho carrega um peso simbólico profundo: remete ao martírio, ao sangue derramado por Cristo e pelos primeiros santos, além de representar a entrega total à fé — uma entrega que, para os papas, é muitas vezes entendida como missão de vida.
A escolha pelo vermelho nos funerais papais não é recente. Registros históricos mostram que a prática remonta há séculos. Em 1958, por exemplo, o Papa Pio XII foi velado com vestes e esquife em tons de vermelho vivo. O Papa Pio IX, exumado em 1956, também estava vestido com trajes vermelhos ornados em dourado. A cor foi mantida ao longo do tempo como símbolo do compromisso extremo dos pontífices com a Igreja.
Segundo o vaticanista brasileiro Filipe Domingues, a simbologia do vermelho se estende também aos cardeais, que usam trajes dessa cor como sinal de prontidão para dar a vida pela Igreja.
Além de sua presença nos funerais papais, o vermelho é uma das seis cores litúrgicas do calendário da Igreja Católica. É usado em datas específicas do Ano Litúrgico, como no Domingo de Ramos, na Sexta-Feira Santa, no Pentecostes e nas celebrações dedicadas aos mártires, apóstolos e evangelistas. De acordo com a
Outras cores também têm significados próprios: o roxo marca períodos de luto e penitência, como a Quaresma; o branco simboliza a alegria em festas como o Natal e a Páscoa; o verde é usado no Tempo Comum, quando não há celebração específica. Já o preto e o rosa aparecem em situações especiais, embora seu uso seja cada vez mais raro.
* Sob supervisão de Marina Dias