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Apple perde US$ 250 bilhões em valor de mercado após ‘tarifaço’ de Trump

Ações da empresa caíram em 8,5% depois do anúncio das taxas de importação determinadas pelo presidente dos EUA

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Depois do anúncio do “tarifaço” anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ações da Apple ‘derreteram’ nesta quinta-feira (3).

A queda foi de 8,5%, o equivalente a US$ 250 bilhões em apenas um dia.

O valor da capitalização de mercado da empresa, métrica que considera o valor de todas as ações de uma empresa somados, passaram de US$ 3,37 trilhões (R$ 18,87 trilhões) para US$ 3,12 trilhões (R$ 17,47 trilhões).

Isso acontece porque as tarifas recíprocas atingiram os maiores centros de fabricação da Apple na Ásia. O total de 90% dos iPhones, principal produto da empresa, são produzidos na China, que passará a pagar 34% de taxa de importação para os Estados Unidos. Com o aumento, os custos anuais para produzir na China devem subir em US$ 8,5 bilhões, de acordo com a empresa de investimentos Morgan Stanley.

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Vietnã e Índia também produzem iPhones, além de AirPods e Apple Whatches. Esses países passam a enfrentar tarifas recíprocas de 46% e 26%, respectivamente. Esses produtos são os responsáveis pela maior parte do faturamento da empresa, rendendo cerca de US$ 400 bilhões por ano, segundo o jornal The New York Times.

O CEO da Apple, Tim Cook, participou da posse de Donald Trump, em janeiro deste ano, juntamente com outros grandes nomes no ramo das big techs, como uma tentativa de se aproximar do atual presidente dos EUA. Além de prestigiar o evento, a fabricante do iPhone e as outras empresas presentes fizeram doações para o fundo de posse do presidente americano.

Depois, ele chegou a parabenizar Trump em sua conta no X. Além disso, Cook disse que estava ansioso para trabalhar com o presidente recém-eleito na época, e prometeu continuar entregando inovação e vagas de emprego para o crescimento da “grande nação”.

Apesar disso, Trump não isentou a empresa de nenhuma taxa. A Casa Branca confirmou que não há exceções para a Apple na ordem do presidente.

O que é o ‘tarifaço’ e o que são as tarifas recíprocas

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (2) uma série de impostos de importação, o “tarifaço”, no que ele chamou de “um dos dias mais importantes da história dos EUA”. Entre os principais objetivos das medidas estão a reindustrialização do país, o reequilíbrio da balança comercial e a eliminação do déficit fiscal. O presidente republicano afirmou que as mudanças farão o país “rico novamente”.

Na visão dele, os parceiros comerciais dos Estados Unidos prejudicaram o país por décadas, além de adotar práticas comerciais desleais, que roubam a riqueza dos EUA. Entre os alvos estão adversários como a China e aliados históricos como Canadá, México e União Europeia.

Com isso, ele anunciou as chamadas tarifas recíprocas. “As tarifas não serão totalmente reciprocas, mas serão duras com alguns países”, disse durante o anúncio. Depois, ele leu os valores para cada país.

Confira os valores divulgados da taxação para países:

  • China: 34%;
  • União Europeia: 20%;
  • Vietnã: 46%;
  • Taiwan: 32%;
  • Japão: 24%;
  • Índia: 26%;
  • Coreia do Sul: 25%;
  • Tailândia: 36%;
  • Suíça: 31%;
  • Indonésia: 32%;
  • Malásia: 24%;
  • Camboja: 49%;
  • Reino Unido: 10%;
  • África do Sul: 30%;
  • Brasil: 10%
  • Bangladesh: 37%;
  • Israel: 17%;
  • Filipinas: 17%;
  • Chile:10%;
  • Austrália: 10%;
  • Paquistão: 29%;
  • Turquia: 10%;
  • Sri Lanka: 44%;
  • Colômbia: 10%.

*Sob supervisão de Enzo Menezes

Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.