Ouvindo...

Morre aos 113 anos a sobrevivente mais velha do Holocausto

A idosa sobreviveu à opressão alemã e japonesa e viveu por mais 80 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial; ela estava em uma casa de repouso em Nova York

Rose Girone morreu na segunda-feira (24)

Rose Girone, a sobrevivente mais velha do Holocausto, morreu aos 113 anos em uma casa de repouso em Bellmore, em Nova York, na segunda-feira (24). A morte foi confirmada pela sua filha, Reha Bennicas, à CNN Internacional.

A idosa sobreviveu à opressão alemã e japonesa e viveu por mais 80 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Girone nasceu em 1912 em uma família judia no sudeste da Polônia, que ainda fazia parte da Rússia. Ainda na infância, ela se mudou para Hamburgo, Alemanha.

Em 1937, ela se casou com Julius Mannheim, um judeu alemão. Quando estava grávida de nove meses, seu marido foi levado para um campo de concentração nazista na Alemanha central. Logo depois, a filha Reha nasceu, em 1938.

Leia também

“Eu não conseguia dar a ela o nome que eu queria – Hitler tinha uma lista de nomes preparados para crianças judias e esse era o único que eu gostava, então dei esse nome a ela”, ela disse à USC Shoah Foundation, que coleta depoimentos de sobreviventes.

Ela mandou um cartão postal para o marido contando sobre o nascimento da bebê. Enquanto o marido estava no campo de concentração, Girone soube que um parente em Londres poderia ajudar o casal a ir para Xangai, na China - um dos únicos portos que aceitavam refugiados judeus.

Com o visto, Girone conseguiu garantir a libertação do marido e eles foram para a China escaparam dos nazistas. No entanto, o Japão estava em guerra contra a China e, logo que chegaram, os judeus foram obrigados a se mudar para o gueto.

Em uma entrevista à CNN, Bennicasa, sua filha, disse: “Tivemos sorte de sair vivos da Alemanha e da China, mas ela era muito resiliente, minha mãe. Ela aguentava qualquer coisa”. Depois da guerra, Girone e sua família se mudaram para os Estados Unidos.

A mulher se divorciou do primeiro marido e se casou com Jack Girone. À USC Shoah Foundation, ela contou que a sobrevivência a ensinou a encontrar algo de bom mesmo em eventos trágicos. “Nada é tão ruim que algo bom não deva sair disso”, disse.

Atualmente, ainda há cerca de 245 mil sobreviventes vivos do Holocausto.

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.