Após mais de cinco meses de guerra, o Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira (25) sua primeira resolução pedindo um “cessar-fogo imediato” em Gaza, um pedido bloqueado repetidamente pelos Estados Unidos, que se absteve nesta ocasião.
A resolução, adotada com 14 votos a favor e uma abstenção, “exige um cessar-fogo imediato para o mês do Ramadã", iniciado há 15 dias, que leve a uma trégua duradoura e “exige a libertação imediata e incondicional de todos os reféns”.
Essa é a primeira vez que o conselho conseguiu aprovar um cessar-fogo no território palestino, que sofre ofensa militar por parte de Israel, desde que terroristas do Hamas invadiram o território israelense e mataram centenas de pessoas, em 2023.
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Na votação, os Estados Unidos se abstiveram. Todos os outros 14 membros restantes do colegiado votaram a favor, incluindo os membros permanentes Rússia, China, Reino Unido e França.
De acordo com o Conselho de Segurança da ONU, Israel não é obrigada a adotar as resoluções, mas, após a votação, o secretário da ONU, Antonio Guterres, pediu para que o governo israelense acatasse a decisão do conselho.
Israel afirma que a abstenção dos EUA na ONU ‘prejudica’ o esforço bélico e a libertação de reféns. Já a Casa Branca nega que abstenção dos EUA na votação da ONU implique mudança de política.
O Cessar-fogo
Com a aprovação do cessar-fogo imediato, a medida é válida no mês de jejum muçulmano do Ramadã, que termina daqui a duas semanas. A resolução exige também a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Israel diz que o Hamas fez 253 reféns durante o ataque de 7 de outubro.
A rádio do exército de Israel informou pouco antes do início da reunião do Conselho que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, cancelaria o envio de uma delegação a Washington se os EUA não vetassem a resolução.
Os EUA vetaram três projetos de resolução do Conselho sobre a guerra em Gaza. Também já se absteve duas vezes, permitindo ao Conselho adotar resoluções que visavam aumentar a ajuda a Gaza e apelavam a pausas prolongadas nos combates.
A Rússia e a China também vetaram dois projetos de resolução dos EUA sobre o conflito – em outubro e na sexta-feira.