Julian Assange, detido no Reino Unido há quase cinco anos, tornou-se um pesadelo para os Estados Unidos e ao mesmo tempo um símbolo da liberdade de informação.
Fundador do site WikiLeaks em 2006, ele publicou mais de 10 milhões de documentos confidenciais, incluindo imagens de um ataque aéreo dos EUA em Bagdá, capital do Iraque, no qual jornalistas e vários civis morreram, em 12 de julho de 2007.
Julian Assange's extradition is being sought for such revelations as the #CollateralMurder gunning down of civilians including two Reuters journalists - he faces a 175 year sentence if extradited for his publishing
— WikiLeaks (@wikileaks) February 21, 2024
UK Court hearing concludes today Wed 21 Feb #FreeAssange pic.twitter.com/LEPcmg3Hhu
Cidadão australiano,
Washington acusa o de ter publicado quase 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas americanas a partir de 2010.
O governo dos Estados Unidos classifica a ação como “espionagem”, após o vazamento de documentos confidenciais relacionados especialmente à guerra do Iraque e do Afeganistão, assim como correspondências secretas do governo e das suas embaixadas em todo o mundo.
Os EUA argumentam que Assange colocou vidas em perigo ao publicar nomes de fontes de informação sensíveis. O WikiLeaks expôs detalhes operacionais e identidades de pessoas que colaboraram com as forças norte-americanas em operações secretas.
A defesa de Assange argumenta que ele estava exercendo liberdade de imprensa ao revelar informações de interesse público e afirma que a extradição tem “motivação política”.
Julian Assange não compareceu ao julgamento por debilitações físicas e mentais, de acordo com sua esposa.
O australiano está recorrendo a decisão do governo britânico, que em 2022 concordou em entregá-lo aos Estados Unidos.
Dois juízes decidirão se o Reino Unido deve extraditar o fundador do WikiLeaks. O veredicto final pode levar várias semanas.
“É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um estado contra os outros esteja preso, condenado a morrer na cadeia, e a gente não fazer nada para o libertar”, afirmou o presidente do Brasil, em coletiva de imprensa no Reino Unido.
Acusações na Suécia
Quando o WikiLeaks atingiu o pico de popularidade, a Suécia exigiu a prisão de Assange, em 2010, sob acusações de estuprar uma mulher e assédio sexual, durante uma visita a Estocolmo. As denuncias foram posteriormente retiradas.
Assange negou a veracidade das acusações, mas foi submetido à prisão domiciliar em sua casa na Inglaterra. Em maio de 2012, o Supremo Tribunal de Londres concordou com sua extradição para a Suécia.
Para evitar a extradição, Assange refugiou-se na embaixada do Equador em Londres, onde permaneceu durante sete anos, durante o governo de Rafael Correa - presidente de esquerda.
Com a eleição de Lenín Moreno, o Equador deixou de conceder asilo e Assange foi preso, em abril de 2019, pela polícia britânica e levado para a penitenciária de segurança máxima de Belmarsh, em Londres.
Sua esposa, Stella Moris, revelou em 2020 que teve dois filhos com Assange enquanto ele morava na embaixada do Equador em Londres. Ela fazia parte da sua equipe jurídica.
Os Estados Unidos querem processar Assange, sob a acusação de espionagem pelos segredos militares divulgados, em particular os relativos às operações militares no Iraque e no Afeganistão.
Participe do canal da Itatiaia no Whatsapp e receba as principais notícias do dia direto no seu celular.