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Nasa investiga mudança climática pela relação entre a atmosféra e o oceano

A nova missão, em parceria com a Space X, tenta desvendar as complexas interações entre o oceano, a atmosfera e o clima da Terra

A Nasa lançou com sucesso nesta quinta-feira (8) o satélite PACE (Missão do Ecossistema Plâncton, Aerossol, Nuvem e Oceano) com o objetivo de oferecer uma visão sem precedentes sobre o impacto da vida marinha e da atmosfera terrestre nas mudanças climáticas.

O satélite está equipado com instrumentos específicos para coletar dados que ajudarão a entender melhor essa relação.

A missão vai ajudar a compreender a troca de dióxido de carbono entre o oceano e a atmosfera, além de medir variáveis atmosféricas associadas à qualidade do ar e ao clima da Terra.

O PACE foi lançado pelo foguete Falcon 9, da SpaceX - empresa do bilionário Elon Musk - a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA).

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A parceria entre a SpaceX e a NASA se iniciou em 2010, quando a empresa de Elon Musk foi selecionada para fornecer serviços de transporte espacial para a Estação Espacial Internacional (ISS).

Na madrugada desta quinta-feira (8), a Nasa confirmou a separação do satélite do Falcon 9 no espaço, confirmando o sucesso do lançamento.

Mudanças climáticas

A operação da Nasa vai tentar desvendar as complexas interações entre o oceano, a atmosfera e o clima da Terra.

Por exemplo, esclarecer como aerossóis, nuvens e fitoplâncton podem servir como indicadores da saúde dos oceanos e das mudanças climáticas.

Ou como acontece a troca de carbono entre o oceano e a atmosfera, além da influência dos aerossóis na estabilidade climática.

Os aerossóis são partículas minúsculas disponíveis na atmosfera, que podem espalhar ou absorver a radiação solar, alterando a quantidade de luz que a Terra reflete para o espaço.

Os instrumentos a bordo do PACE podem estudar a composição e a localização dessas partículas, fornecendo insights valiosos sobre a qualidade do ar no planeta.

Vida marinha

O destaque da missão da Nasa é o mapeamento da vida microscópica do espaço, com a identificação de fitoplâncton nos oceanos em escala global.

Esses organismos são vitais na cadeia alimentar marinha e na absorção de dióxido de carbono da atmosfera.

O PACE não apenas ampliará nosso entendimento dos oceanos, como também oferecerá insights sobre floradas tóxicas de algas.

Esses organismos podem prosperar excessivamente com altos níveis de luz solar em ambientes de água doce e marinha, podendo levar à morte de peixes e prejudicar o equilíbrio ecológico.

O aumento da temperatura global, a intensificação de eventos climáticos extremos e as mudanças nos padrões de chuva criam condições favoráveis para o crescimento dessas algas nocivas.

A pesquisa da Nasa pode ajudar os cientistas a rastrear, monitorar e entender melhor esses eventos ao longo do tempo.

“Agência climática”

Em um contexto de crescente consciência sobre as mudanças climáticas, a Nasa destaca sua função como uma “agência climática”, que usa o espaço também para estudar o planeta e fornecer dados que podem influenciar tomadas de decisão em escala global.

Embora planejada para durar três anos, a missão tem combustível suficiente para operar por até uma década em parceria com outras missões da Nasa que estudam a Terra.

Isso inclui a missão internacional SWOT, lançada em 2022, que promete alterar a compreensão sobre os oceanos.

*Com informações da CNN

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Formado em Jornalismo pela UFMG, com passagens pelo jornal Estado de Minas/Portal Uai. Hoje, é repórter multimídia da Itatiaia.
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