O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou, em discurso nesta segunda-feira (30), que o país não pretende entrar em um acordo de cessar-fogo com o grupo radical islâmico Hamas.
“Os Estados Unidos não concordaram com um cessar-fogo após o Pearl Harbor ou o 11 de setembro, e nós não estamos dispostos a aceitar após o 7 de outubro“, disse o primeiro-ministro israelense.
Crimes de guerra
“É importante distinguir o certo do errado. Distinguir a execução de inocentes da morte acidental de pessoas em uma guerra”, disse o primeiro-ministro.
Nos últimos dias, durante uma ofensiva sobre Gaza, o Exército israelense foi acusado de atentar contra civis e exigir a evacuação de hospitais sob risco de ataque.
Netanyahu usou um exemplo de 1944, em meio à Segunda Guerra Mundial, para discutir a situação. “A sede da Gestapo [polícia secreta nazista] seria bombardeada, mas os pilotos britânicos erraram, e atingiram um hospital infantil. Os aliados não disseram que o nazismo deveria parar de ser combatido por causa desse acidente, porque sabiam o que estava em jogo”.
Segundo ele, Israel está “fazendo o máximo para diminuir as mortes de civis”, enquanto o Hamas “comete crimes de guerra diariamente”. Ele acusou a organização extremista de “não permitir” que civis deixem as áreas de risco na Palestina.
Civilização e barbárie
Por mais de uma vez em sua fala, o líder considerou que o confronto entre Israel e Hamas é de “civilização contra barbárie”.
“Esse é um ponto de virada para líderes e nações. Estamos ditando um limite entre as forças da barbárie e da civilização, e é tempo de decidir de que lado cada um está”, disse. “Se Hamas e o mal vencerem, vocês poderão ser o próximo alvo.”
“Acreditamos que a promessa de progresso do século XXI nos levaria além dos atos bárbaros do passado, para um futuro melhor, mas os ataques terroristas de 7 de outubro mostraram que não. O mundo civilizado precisa estar disposto a derrotar os bárbaros”, afirmou.
Netanyahu ainda afirmou que há uma “aliança do mal” formada entre o Hamas, Irã e o Hezbollah.
O governo israelense acusa o Irã de financiar os ataques terroristas, o que foi negado pelas autoridades iranianas, enquanto o líder do grupo fundamentalista se reuniu com altos funcionários do Hamas na última semana.