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Cientista político analisa o que levou o Hamas a atacar Israel

Para Andre Lajst, especialista em Oriente Médio, o grupo terrorista quer entrar para o protagonismo político palestino

Grupo terrorista não é considerado legítimo por palestinos da Autoridade Nacional Palestina

O grupo terrorista Hamas assumiu a autoria dos ataques contra Israel, realizados neste sábado (7), em uma infiltração inédita de combatentes no território vizinho. Mais de 4 mil foguetes foram disparados contra várias cidades israelenses, incluindo a capital Tel Aviv. Os projéteis burlaram o sistema de defesa antiaéreo de Israel, provocando mortes no sul do país.

De acordo com Andre Lajst, cientista político especializado em Oriente Médio, além de matarem soldados e civis, os radicais também sequestraram israelenses na tentativa de ganhar protagonismo político entre os palestinos.

“Eles mataram diversos soldados e civis e sequestraram outras 57 pessoas para dentro da Faixa de Gaza, além de manter reféns israelenses dentro das suas próprias casas durante algumas horas até que as forças de segurança chegassem. esse ato vai de encontro a ideologia do grupo que é tentar destruir Israel. Mas sabendo que não vão conseguir isso, eles usam os reféns como moeda de troca para soltar pessoas que já cometeram atos de terrorismo e estão presas na prisões de israelenses. Assim, o grupo quer ganhar respeito e poder, para entrar para o protagonismo político palestino”, explica o especialista.

Lajst ressalta que o Hamas não faz parte da Organização para a Libertação da Palestina, organização política que luta pela pela independência da Palestina, território que fora ocupado por Israel, desde 1964. “O Hamas controla a Faixa de Gaza à força. Esse governo não é reconhecido como legítimo por nenhum país da região, nem pela comunidade internacional, e nem mesmo pelos próprios palestinos da Autoridade Nacional Palestina”, disse.

“Liderança do Hamas é culpada pelo conflito”

O cientista político conta que o grupo terrorista foi fundado em 1988, como um braço da Irmandade Muçulmana em Gaza - uma organização terrorista egípcia. “Eles tentam participar do processo político a fim de tentar impor a visão religiosa que eles têm de mundo e de estado à população. O Hamas, então, trava guerras sangrentas contra civis e militares israelenses fazendo atentados, sabotagens, explosões e sequestros para tentar ter ganhos militares, políticos e ideológicos”, pontua.

Segundo Lajst, cerca de 30 mil foguetes já foram lançados contra o território israelense, no últimos 23 anos. “No passado, o Hamas enviava homens bombas para se explodirem em Israel. Uma vez que não é mais possível entrar no país, desde 2001 foguetes são lançados na Faixa de Gaza. Nos últimos 23 anos, foram mais de 30 ml foguetes lançados e centenas de israelenses mortos.

Para o especialista, a liderança do Hamas é a culpada pelo conflito deste sábado (7). “Se for para encontrar um culpado, obviamente a culpa é da liderança do Hamas, ou seja, das pessoas que fazem parte do grupo e da decisão de efetuar um ataque invadindo o território soberano de Israel, cometendo atos de atrocidade, sequestrando civis e violando todas as regras do direito internacional, neste sábado”, afirmou.

Kátia Pereira é jornalista formada pelo Uni-BH e tem especialização em História e Cultura Política pela UFMG. Está na Itatiaia desde 2002. Desde 2005 é titular do Jornal da Itatiaia 1ª Edição. Também apresenta o Jornal da Itatiaia Tarde, é editora e apresentadora do Palavra Aberta e apresenta conteúdo no canal da Itatiaia no Youtube. Recebeu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Âncora de Rádio. Tem passagens por Record TV Minas, Super Notícias/O Tempo e assessoria na Assembleia Legislativa
Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.