Mais de 2 mil espécies de anfíbios estão ameaçadas de extinção no mundo, o que representa 40,7%. Os dados são da revista científica Nature publicados nesta quinta-feira (5). Entre a espécie de maior risco está a salamandra. As doenças e a perda de habitat foram responsáveis por 91% das mortes desses animais entre 1980 e 2004. O Brasil está na lista com o país onde existem as maiores concentrações de espécies ameaçadas no mundo.
As mudanças climáticas atuais e os efeitos sobre o mundo são, agora, motivo de preocupação crescente, provocando 39% das mortes dos anfíbios desde 2004, seguidos pela perda de habitat (37%). Os anfíbios estão em declínio em todo o mundo, com 2 em cada 5 espécies ameaçadas de extinção. Os anfíbios são vertebrados como rãs, sapos e salamandras e podem habitar tanto a terra quanto a água e normalmente respiram pela pele, que geralmente é úmida ao toque.
“Embora os sinais de recuperação de espécies incentivem a ação imediata de conservação, é urgentemente e necessário aumentar o investimento para inverter as tendências atuais”, destaca o artigo.
Concluída em junho de 2022, a segunda Avaliação Global de Anfíbios reavaliou o status das espécies e adicionou 2.286 espécies, elevando o número de anfíbios na Lista Vermelha da para 8.011 (aumento de 39,9% em relação a 2004; cobrindo 92,9% dos 8.615 descritos espécies).
Espécies ameaçadas e extintas
A situação dos anfíbios em todo o mundo continua a piorar, de acordo com a pesquisa, e 40,7% (2.873) estão globalmente ameaçados, em comparação com 37,9% (2.681) em 1980 e 39,4% (2.788) em 2004.
As maiores concentrações de espécies ameaçadas estão nas ilhas das Caraíbas, na Mesoamérica, nos Andes Tropicais, nas montanhas e florestas do Oeste dos Camarões e do Leste da Nigéria, em Madagáscar, nos Ghats Ocidentais e no Sri Lanka.
Outras concentrações de espécies ameaçadas ocorrem no bioma Mata Atlântica do Sul do Brasil, nas Montanhas do Arco Oriental da Tanzânia, no Centro e no Sul da China, e no Sul das Montanhas Anamitas do Vietnã.
Ao considerar todos os anfíbios ameaçados, a perda e degradação de habitat são as causas principais, sendo as três principais a agricultura (77% das espécies impactadas), a colheita de madeira e plantas (53%) e o desenvolvimento de infraestrutura (40%). Os efeitos das alterações climáticas (29%) e as doenças (29%) são outros tipos de ameaças comuns.