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Colômbia anuncia remoção de hipopótamos de Pablo Escobar para outros países

Oitenta e cinco hipopótamos moram na região após serem abandonados com a morte de Pablo Escobar em 1993; eles são o maior rebanho da espécie fora da África

Operação custará ao todo R$ 18,5 milhões

A Colômbia anunciou, nessa semana, que decidiu enviar para outros países os 85 hipopótamos descendentes dos animais comprados pelo narcotraficante Pablo Escobar, que possuía o próprio zoológico em casa entre as décadas de 1980 e 1990.

Ao todo, 60 hipopótamos vão ser enviados para a Índia, 5 para a Filipinas e 10 para o México. Os outros 10 serão esterilizados ou eutanasiados. O objetivo é diminuir o número de exemplares da espécie, que não é natural da região e vem causando problemas ambientais.

“Não repetiremos a história. Temos a obrigação de garantir que quem receberá os animais terá condições legais para garantir suas vidas, sem criar um problema ambiental em outro país”, afirmou a ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad.

Em março deste ano, as autoridades colombianas já haviam anunciado o investimento de US$ 3,5 milhões (R$ 18,5 milhões) para a retirada dos hipopótamos do país. Nos últimos meses, uma operação se iniciou para capturar e mover os animais.

Cerca de um mês após o anúncio, um dos hipopótamos atropelado em uma estrada que liga Medellín e Bogotá. Um motorista, que passava pelo local, gravou um vídeo que mostra o animal caído no asfalto e um carro com a parte da frente destruída.

História dos hipopótamos

Em 1980, Pablo Escobar, fundador e líder do Cartel de Medellín, criou um zoológico particular em uma das suas fazendas. Entretanto, após a sua morte em 1993, parte dos animais foram realocados pelas autoridades colombianas, com exceção dos hipopótamos.

Por serem muito difíceis de capturar e transportar, os hipopótamos foram abandonados. Como a região de Magdalena Medio possui um clima parecido com o de savana de clima quente, com rios e pântanos, os hipopótamos acabaram se reproduzindo e se tornaram o maior rebanho da espécie fora da África.

Em 2021, houve dois ataques contra moradores. Por isso, o governo da Colômbia decidiu exportar os 70 animais para a Índia e México, em uma operação avaliada em U$3,5 milhões (cerca de R$18,5 milhões).