Em 2017 um submarino argentino sumiu no mar argentino e foi encontrado apenas um ano depois, em 2018, a cerca de 500 quilômetros da costa de Comodoro Rivadavia , através do Golfo San Jorge, e a 907 metros de profundidade após ser detectado por veículos subaquáticos não tripulados. Havia 44 pessoas na embarcação que pertencia à Marinha da Argentina. A equipe voltava para a base naval após a realização de exercícios militares.
A história do resgate do submarino argentino volta à cena após um outro submarino desaparecer, no domingo (18), durante uma missão aquática aos destroços do Titanic. Equipes de resgate dos Estados Unidos e Canadá intensificaram os esforços nesta terça-feira (20), mas grupo ainda foi encontrado.
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Na época do acidente envolvendo o submarino argentino o então ministro da defesa do país, Oscar Aguad, confirmou em um sábado (17 de novembro de 2018) a descoberta do submarino ARA San Juan. Naquela data, foi decretado luto nacional, com a bandeira argentina hasteada a meio mastro, em homenagem aos 44 tripulantes do navio submarino.
“Estamos aqui para ratificar a descoberta da ARA San Juan e dar a vocês os detalhes que temos até agora. O submarino estava a pouco mais de 900 metros de profundidade”, afirmou o ministro da defesa. A embarcação estava em local de baixa visibilidade, dificultada pela turbulência e alto nível de sal, comum em áreas de grande profundidade.
O ministro expressou após encontrarem a ARA San Juan, mas também a tristeza pela tragédia: “Os sentimentos são contraditórios. Por um lado, o alívio de ter encontrado o submarino, por outro, a tragédia. Se para mim é difícil assimilá-lo, imagine para as famílias. Cada um assume e faz o seu luto como pode, não sei como faria se fosse meu filho.”
Desaparecimento
Horas antes de desaparecer, no dia 15 de novembro de 2017, o comandante alertou a Marinha argentina para a existência de uma falha provocada pela entrada de água por um duto de ventilação. A água vazou no compartimento das baterias elétricas e produziu um princípio de incêndio.
A Marinha argentina disse, na época, que a falha foi corrigida e que o submarino continuou navegando. No entanto, o rastro da embarcação foi perdido. As buscas começaram 48 horas após o desaparecimento e terminaram em dezembro daquele ano, o que gerou uma série de protestos de familiares.
Buscas
Assim que o submarino foi dado oficialmente como desaparecido, havia a indicação que o ARA San Juan estava na área onde foi encontrado.
“Não havia dúvida de que foi o local onde ocorreu a tragédia. Naquela época, todas as Marinhas do mundo procuravam o submarino e não conseguiam detectá-lo. Não é fácil encontrar um submarino, ainda mais nessas profundidades”, explicaram as autoridades.
O ARA San Juan desapareceu em 15 de novembro de 2017 após se comunicar pela última vez durante o trânsito desde a Base Naval de Ushuaia até a estação habitual na Base Naval de Mar del Plata.
Seguindo os protocolos, e sem novo contato no prazo estipulado, começaram as tentativas de retomada de comunicação através de diversos canais, navios e aeronaves da Marinha que foram deslocados para a área do desaparecimento.
Todos os meios e recursos disponíveis foram mobilizados em uma vasta área e, ao todo, 19 países aderiram às buscas, entre eles o Brasil, que envolveu mais de 4.000 homens, 28 unidades de superfície, nove aeronaves e tecnologia de visualização subaquática.
Homenagens
No quinto aniversário do naufrágio do submarino ARA “San Juan”, em dezembro de 2022, a Marinha Argentina celebrou missas em memória dos 44 tripulantes. Amigos dos tripulantes, autoridades públicas e representantes das Forças Armadas também participaram das homenagens.
Uma coroa de flores foi colocada no local onde estão os nomes dos 44 marinheiros. Antes da missa, familiares dos tripulantes, que viajaram de diversas partes do país, foram recebidos pelo Ministro da Defesa, que manteve uma reunião com eles na sala “Almirante Brown” do BNMP.
“Os 44 compatriotas da ARA ‘San Juan’ estarão para sempre presentes na memória e no coração do povo argentino”, disse uma familiar, garantindo que homenagear a tripulação “é encontrar a verdade e a justiça para esclarecer o ocorrido. ”