Ouvindo...

EUA pedem que Pequim pare com provocação no Mar da China

Pedido vem depois que um navio da guarda costeira chinesa quase colidiu com um barco de patrulha filipino

Navio da guarda costeira chinesa quase colide com embarcação filipina

Os EUA solicitaram, neste sábado (29), que a China pare com a “conduta provocativa e arriscada” no Mar da China Meridional. O pedido vem depois que um navio da guarda costeira chinesa cortou o trajeto de um barco de patrulha filipino e quase causou uma colisão.

Dois dias antes de o presidente Joe Biden receber o filipino Ferdinand Marcos na Casa Branca, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, classificou em comunicado as imagens do incidente como um lembrete “do assédio e da intimidação” da China aos navios filipinos na região em disputa. “Pedimos a Pequim que desista de seu comportamento provocativo e arriscado”, diz Miller.

Ele acrescenta que qualquer ataque a militares filipinos desencadearia uma resposta americana. O quase acidente das Ilhas Spratly foi o mais recente de uma série de incidentes entre a China e as Filipinas nessa rota marítima. Pequim reivindica soberania sobre quase todo o Mar da China Meridional e ignora uma decisão internacional de que o pedido não tem base legal.

A AFP foi um dos vários meios de comunicação a testemunhar o incidente após um convite para jornalistas se juntarem a dois barcos da Guarda Costeira filipina em uma patrulha de seis dias pelas águas, visitando uma dúzia de ilhas e recifes. Navios filipinos se aproximaram do recife Second Thomas Shoal, conhecido na China como Ren’ai Jiao, no arquipélago Spratly.

Quando o BRP Malapascua, que transportava jornalistas filipinos, se aproximou do banco de areia, um navio da guarda costeira chinesa duas vezes maior cruzou seu caminho. Os jornalistas da AFP assistiram ao incidente do outro navio da guarda costeira filipina, que estava a menos de um quilômetro de distância.

O comandante do Malapascua diz que o navio chinês chegou a 45 metros de sua embarcação e que suas ações rápidas impediram que os navios de casco de aço colidissem. O Ministério das Relações Exteriores da China diz que os navios filipinos “se intrometeram” sem permissão da China e chamaram a ação de “premeditada e provocativa”.

Manila, por sua vez, diz que patrulhas de rotina em suas próprias águas “não podem ser premeditadas nem provocativas”. As Filipinas insistem na continuação das missões de patrulha na região. O incidente ocorreu um dia depois de o presidente Marcos receber o ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, em Manila para conversas a fim de acalmar as tensões na rota marítima.

Marcos insiste que não permitirá que a China desrespeite os direitos das Filipinas no mar. Paralelamente, acenou aos EUA em um esforço de fortalecer os laços de defesa.

Acompanhe as últimas notícias produzidas pelo Estadão Conteúdo, publicadas na Itatiaia.