Uma bebê mexicana, que não teve sua identidade revelada, nasceu com uma anomalia raríssima: uma cauda de quase 6 centímetros coberta de pelos finos. O fenômeno chamado de “True Tail” (cauda verdadeira) foi divulgado pela revista científica Journal of Pediatric Surgery. Dois meses após o nascimento, os médicos detectaram que a o membro havia crescido 0,8 centímetros e decidiram realizar uma cirurgia plástica para removê-lo. A reconstrução da região foi feita com tecidos da própria criança e não houve complicações.
Em todo o mundo, casos como esse já foram registrados 195 vezes. Um deles aconteceu no Ceará, no ano passado, quando um bebê do sexo masculino nasceu com uma cauda de 12 centímetros na região paravertebral lombossacra esquerda. Para que o procedimento de remoção fosse realizado, o bebê foi submetido a exames para avaliar se a anomalia tinha alguma relação neurológica, uma vez que “apêndices cutâneos lombossacrais e outras lesões cutâneas são uma indicação importante de envolvimento do sistema nervoso”, disse o médico Humberto Forte que atendeu a criança na ocasião.
O caso também foi registrado no Journal of Pediatric Surgery Case Reports, publicado em fevereiro desse ano. Como não foi constatada alteração neurológica constatada, a plástica foi realizada com sucesso. Forte explicou que, ainda no útero, os bebês desenvolvem uma cauda embrionária entre a quarta e a oitava semana de gestação que, normalmente, é reabsorvida pelo organismo. No caso do bebê de Fortaleza, a cauda tinha, ainda, uma bola na extremidade de quatro centímetros de diâmetro. “Não há uma causa específica definida para essas anomalias. A teoria mais aceita é de uma alteração na regressão da cauda embrionária que todos temos durante nossa fase de desenvolvimento. No entanto, ainda não foi definida a etiologia da alteração”, disse o médico.
No caso da bebê mexicana, assim que os médicos perceberam a anomalia, realizaram exames para tentar identificar sua origem. Eles comprovaram, por exemplo, que o membro era sensível à dor porque a bebê chorou quando espetaram o local com uma agulha.. Na sequência, fizeram um raio x que não identificou na má formação, nenhuma estrutura óssea. A cauda, então, foi considerada benigna, composta apenas de gordura e tecido.