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Prevenção e tratamento são as estratégias do SUS contra a tuberculose

Nesta segunda (14), ação em Juiz de Fora conscientizou sobre a doença infecciosa que está entre as que mais mata no Brasil

Uma ação especial na Farmácia Central em Juiz de Fora divulgou informações sobre a tuberculose. A doença infecciosa que mais mata no Brasil tem prevenção e cura, com tratamento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Nesta segunda (24) é o Dia Mundial da Tuberculose. A data remete a 1882, quando Dr. Robert Koch anunciou a descoberta da bactéria causadora da doença, o que abriu o caminho para o tratamento ser aperfeiçodo. Nesta manhã, quem esteve na Farmácia Central recebeu cartilhas educativas, teve a chance de tirar dúvidas sobre a doença e pode aferir a pressão arterial.

No Itatiaia Entrevista, o farmacêutico supervisor da Farmácia Central da Prefeitura de Juiz de Fora, Thiago Soares Pires, explicou o que é a doença, como são os sintomas e a importância do diagnóstico e tratamento precoce para os pacientes e as pessoas próximas. O número de casos no município não foi divulgado. No entanto, o farmacêutico reforçou que todo o acompanhamento é gratuito, via SUS.

Tuberculose não atinge exclusivamente os pulmões

Segundo o Farmacêutico, Thiago Soares Pires, embora esteja mais comumente associada ao aparelho respiratório, a doença pode atingir outros órgãos. E ela preocupa as autoridades de saúde pela alta taxa de transmissão e de mortalidade.

“A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível causada por uma bactéria denominada Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. Ela tem uma preferência para os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas do nosso organismo. [Causa] uma grande preocupação, porque ela possui uma alta incidência, ou seja, a cada ano o Brasil registra em média 80 mil novos casos e alta taxa também de mortalidade. Das doenças infectocontagiosas que mais mata no país. O Brasil registra em média 5,5 mil mortes em decorrência da tuberculose”.

A tosse é o sinal mais comum, mas não é o único “O principal sintoma é a tosse por três semanas ou mais, podendo ser uma tosse seca ou uma tosse com secreção. A gente pode observar a febre no período da tarde, o suor noturno, paciente às vezes relata que acorda com a roupa encharcada do suor. E o emagrecimento, cansaço, a prostração”.

As tuberculoses pulmonar e laríngea são as duas formas de tuberculose transmissíveis. E uma pessoa doente pode identificar pelo menos dez outras, se não for diagnosticada e tratada corretamente, como explica Thiago Pires.

“Os aerozóis, que são as gotículas quando a gente fala, quando a gente tosse, quando a gente espirra, liberadas no ar, a doença pode entrar pelo sistema respiratório atingindo os pulmões, os alvéolos, que são as estruturas responsáveis aí pela nossa respiração, pela troca gasosa. Esses alvéolos vão gerar um processo infeccioso, inflamatório, onde aquele indivíduo pode ou não desenvolver a tuberculose na forma ativa pulmonar ou laríngea. Lembrando que um indivíduo que possui uma tuberculose pulmonar na forma ativa e que não realiza o tratamento, ele pode contaminar de 10 a 15 pessoas por ano”

Como obter o diagnóstico e tratamento

Quem apresentar qualquer um desses sintomas deve comparecer imediatamente a um posto de atendimento no SUS em Juiz de Fora.

“A pessoa deve procurar a Unidade Básica de Saúde de referência. Nas áreas descobertas, essas pessoas devem procurar o PAM Marechal, que é a loja 8, que é o setor da Tisologia. Este setor, além de acolher os pacientes da área descoberta para a tuberculose pulmonar, ela também realiza o acompanhamento, o diagnóstico e o tratamento da tuberculose extrapulmonar e daqueles pacientes que possuem tuberculose multidroga resistente”.

Devidamente diagnosticado e tratado, há redução nas chances de transmissão da doença como explica o farmacêutico. " O indivíduo que recebe o diagnóstico, vai ter acesso ao tratamento, que também é gratuito pelo SUS. Após duas semanas, ele não mais transmite a tuberculose. Outro ponto importante é a gente investigar os contatos dele, porque existe a infecção latente pela tuberculose, que ainda o indivíduo vai investigar a presença do bacilo de coque no organismo, e dependendo do resultado, esse indivíduo vai receber o tratamento antes mesmo de adquirir a tuberculose na sua forma ativa”.

Vacina e diagnóstico precoce: as estratégias de prevenção

Dentre as estratégias de prevenção da tuberculose, a principal é a vacina BCG, aplicada em 12 única, preferencialmente ainda na maternidade. Na rotina, ela entra na faixa etária até 4 anos, 11 meses e 29 dias.

“Nós possuímos no nosso Programa Nacional de Imunização, a vacina BCG. Ela tem um caráter importante para a tuberculose na forma mais grave, que é a tuberculose meníngea, que pode afetar o nosso sistema nervoso central, e a tuberculose miliar, que pode atingir a corrente sanguínea e ser disseminada para todo o nosso corpo, para vários órgãos”.

Outras medidas de cuidado, de acordo com o farmacêutico supervisor da Farmácia Central da Prefeitura de Juiz de Fora, Thiago Soares Pires são: a higiene da tosse, o uso de máscaras, quando se tem os sinais de sintomático respiratório, incidência de luz solar dentro de casa, no quarto, porque a bactéria não resiste à radiação solar, evitar aglomeração.

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Désia Souza é jornalista pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde também cursou pós graduação em “Mídia e Cidadania” e mestrado em “Comunicação e Poder”. É coordenadora de jornalismo na Itatiaia Juiz de fora, onde também atua como âncora e repórter.