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Shopee desliga colaboradores após fim de frete grátis no Brasil

Empresa está entre startups que têm reduzido equipes no país

Conmpanhia encerrou campanha de frete grátis irrestrito

Cerca de 50 funcionários da operação brasileira da Shopee, marketplace de Singapura, foram desligados da empresa nesta semana de acordo com o Layoffs Brasil — que informa dispensas no país. A ação ocorre depois do encerramento da política de frete grátis irrestrito da empresa no início de junho.

A plataforma agora só oferece o benefício em compras acima de R$ 29 (antes, o mínimo era R$ 20) e com taxa de entrega abaixo de R$ 20 em itens específicos. Para produtos que não participam do programa, o frete gratuito só é válido em compras acima de R$ 59 (era R$ 50). Nas campanhas mensais, o serviço ainda oferece cupons de frete grátis: a próxima será no aniversário do site (7 de julho), que terá R$ 6 milhões em cupons de descontos.

A oferta de frete grátis para todas as compras da Shopee no Brasil foi a estratégia usada pela empresa para ampliar a base de clientes. O fim do benefício fez muitos consumidores criticarem a empresa nas redes sociais, mas a prática era insustentável em longo prazo.

Fora do Brasil, a empresa também enfrenta dificuldades. Na Índia, por exemplo, a companhia encerrou as operações em março após apenas alguns meses de atuação. A plataforma culpa a incerteza do mercado global, mas a imprensa local informa que as perspectivas de crescimento por lá eram restritas e que a proibição ao jogo Free Fire, pertencente à Sea Group, que controla a Shopee, afetaram o negócio.

Outras startups, nacionais e estrangeiras, têm desligado parte de suas equipes recentemente. A fintech brasileira Ebanx, por exemplo, vai rever a operação e reduzir cerca de 20% do quadro de mais de 1.700 funcionários. A Kavak, mexicana de carros usados, dispensou brasileiros desde março: os números podem ser de 150, segundo a Exame, a 300, de acordo com o Estadão.

A lista tem, ainda, QuintoAndar (160 em abril), Loft (159 em abril), Facily (mais de 1 mil após superar o valor de mercado de US$ 1 bilhão), Bitso (80 globalmente), Domestika (40), Favo (171 em junho), Olist (150 em maio), Grupo 2TM (90).

O que diz a Shopee

Em contato com a reportagem da Itatiaia, a Shopee diz que continua a crescer no Brasil. “Para suportar esse crescimento no país, temos mais de 100 posições abertas para operar em todo o negócio, incluindo vagas em logística. Além disso, a empresa contratou 180 profissionais, anteriormente terceirizados, agora como colaboradores diretos para a unidade de logística em Barueri recentemente”, informa nota oficial.

A empresa informa, ainda, que sua sede é na cidade de São Paulo desde 2019 e que cumpre a legislação local. “Em relação aos vendedores, todos estão sujeitos aos Termos de Serviço da Shopee, que expressam claramente que os lojistas são responsáveis pela emissão de notas e devem também seguir as leis do país. A Shopee possui mais de 2 milhões de vendedores brasileiros registrados na plataforma e mais de 85% das vendas são de vendedores locais.”

Apesar disso, não houve esclarecimentos específicos sobre o desligamento em massa de colaboradores.