Na semana passada, Moisés Moreira, conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que as próximas cidades a terem o 5G ativado no Brasil são Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo e João Pessoa. Segundo ele, a liberação da tecnologia nessas localidades deve ocorrer ainda em julho.
Apesar da declaração de Moreira não há, ainda, datas específicas para a chegada da tecnologia a cada uma dessas capitais. O que se tem, por enquanto, é o cronograma oficial da Anatel. “O início do uso do 5G na faixa de 3,5 GHz se dará em todas as capitais de Estados e no Distrito Federal a partir de 29 de agosto de 2022”, diz a equipe do órgão à reportagem da Itatiaia.
Segundo a entidade, o uso do 5G com sua potencialidade máxima se dará a partir da liberação da faixa de 3,5 GHz. É nessa frequência que opera o 5G puro, conhecido como standalone: ele não tem qualquer dependência do 4G. Já os outros espectros vão receber a rede 5G não-standalone, que reutiliza a rede 4G.
Para isso, é necessário que sejam concluídas a migração das parabólicas para a banda Ku e as atividades associadas à desocupação da faixa de 3.625 MHz a 3.700 MHz e à atenuação de interferências na faixa de 3.700 MHz a 4.200 MHz.
Na nova banda, a transmissão dos canais abertos de TV via satélite vai ser garantida de forma digital. Quem usa antena parabólica terá de instalar novos equipamentos, que já podem ser encontrados à venda. Famílias que fazem parte de programas sociais governamentais podem receber a nova parabólica, o conversor e os cabos gratuitamente.
A agência destaca que a ordem de execução dessas atividades segue critérios técnicos e logísticos, definidos pela Entidade Administradora da Faixa (EAF). A Itatiaia procurou a EAF para saber como o serviço tem evoluído, mas não obteve resposta. “Esses critérios possibilitaram a liberação da faixa no Distrito Federal de forma antecipada, em 6 de julho”, aponta a Anatel. “É possível que haja a antecipação de outros municípios, mas não há como precisar uma data”, completa.
O que dizem as operadoras
As principais operadoras do país são as responsáveis pela operação do 5G na faixa de 3,5 GHz em todo o Brasil. Claro, TIM e Vivo dizem que estão preparadas para habilitar a rede nas localidades em que o espectro for liberado pela Anatel.
A Claro informa que aguarda a faixa de 3,5 GHz estar disponível para uso em cada Estado. “A Claro já está preparada para a expansão gradativa nas demais capitais e outras regiões, de acordo com o cronograma estabelecido pelas autoridades responsáveis”, diz comunicado oficial da empresa à Itatiaia.
Já a TIM destaca que tem uma agenda intensa de implementação de redes 5G em frequência 3,5GHz em várias cidades simultaneamente. “O calendário depende de um trabalho conjunto entre as operadoras e a Anatel”, informa.
A Vivo, por sua vez, reforça que está pronta para dar início à operação da tecnologia 5G nas capitais do país. “A Vivo está pronta para ativar nas capitais caso haja viabilidade de liberação das radiofrequências.”
Cronograma da Anatel
O cronograma de liberação, definido no Edital do 5G, é:
a) a partir de 29 de agosto de 2022, nos municípios brasileiros que sejam capitais de Estados e o Distrito Federal;
b) a partir de 1º de janeiro de 2023, nos municípios brasileiros com população igual ou superior a 500 mil habitantes;
c) a partir de 30 de junho de 2023, nos municípios brasileiros com população igual ou superior a 200 mil habitantes e em pelo menos 25% dos municípios brasileiros com população de até 30 mil habitantes;
d) a partir de 30 de junho de 2024, nos municípios brasileiros com população igual ou superior a 100 mil habitantes e em pelo menos 50% dos municípios brasileiros com população de até 30 mil habitantes;
e) a partir de 30 de junho de 2025, em pelo menos 75% dos municípios brasileiros com população de até 30 mil habitantes;
f) a partir de 1º de janeiro de 2026, nos demais municípios.
As regras do Edital do 5G destacam que o início do uso pode ser antecipado se as condições necessárias forem atendidas. Da mesma forma, pode haver atraso na liberação por decisão do Conselho Diretor da Anatel se houver constatadas dificuldades técnicas no atendimento das condições necessárias.