O US Open 2025 vai elevar ainda mais a rivalidade entre Jannik Sinner e Carlos Alcaraz a partir deste domingo. Após disputarem duas finais seguidas de Grand Slam, italiano e espanhol vão brigar pela primeira vez diretamente pelo topo do ranking em Nova York, com a possibilidade, claro, de mais uma decisão de título.
Dominante no ranking desde o ano passado, Sinner é o atual campeão do US Open e chega pressionado para o último Grand Slam da temporada. Uma queda precoce derrubaria o italiano do topo. Entre diversos possíveis cenários, o líder do ranking manterá o posto se defender o título do ano passado. Alcaraz ocupa atualmente a segunda posição.
A pressão sobre Sinner também é maior porque ele não vem em grande momento na temporada. Após ser campeão em Wimbledon, justamente sobre Alcaraz, o italiano se destacou no Masters 1000 de Cincinnati, mas abandonou a decisão contra o espanhol por causa de um mal-estar. Ele teve febre na noite anterior à final
O problema de saúde também o tirou da repaginada disputa de duplas mistas do US Open - realocada para a semana do qualifying, no meio da última semana. Sinner alegou que ainda não estava 100%. Mesmo que se recupere totalmente para estrear sem preocupações no US Open, poderá sofrer o impacto de se ausentar dos treinos por dias seguidos.
O topo do ranking é uma disputa nova para os dois tenistas que vêm dominando o circuito nas últimas duas temporadas. Eles conquistaram todos os títulos de Grand Slam disputados desde janeiro de 2024, e nove dos últimos 12. A briga pelo posto de número 1 começou a se desenhar em maio, quando Alcaraz voltou a figurar em segundo lugar.
Com os títulos de Roland Garros, Queen’s e Cincinnati, o espanhol reduziu a vantagem do italiano e deixou a disputa em aberto, alimentando a nova grande rivalidade do circuito. Alguns já chamam esta de “Era Sincaraz”, numa união entre o sobrenome de ambos.
“Acho que a rivalidade entre eles é incrível. O que eles fizeram nos últimos dois anos é extraordinário”, disse Novak Djokovic, que vem sendo desbancado pela dupla nestas duas temporadas. “Em particular, neste ano, as finais que vimos em Roland Garros, Wimbledon e alguns outros torneios são simplesmente incríveis para o nosso esporte.”
Briga pelo topo também no feminino
A posição de número 1 do mundo na lista feminina também pode mudar ao fim deste US Open. Apesar de exibir a boa vantagem de 3 292 pontos sobre a número dois do mundo, a belarussa Aryna Sabalenka corre o risco de ser destronada após quase um ano de domínio no ranking da WTA.
Para sustentar a ponta, a atual campeã precisa ao menos chegar às quartas de final. Se for eliminada antes, poderá ser desbancada pela polonesa Iga Swiatek, número 2, e pela americana Coco Gauff, terceira colocada do ranking. Ambas também já levantaram o troféu do Grand Slam americano.
E, tanto pela experiência quanto pelo rendimento exibido nos últimos meses, o trio desponta como forte candidato ao título deste ano. Das três, a tenista que vive o melhor momento é Swiatek, campeã de Wimbledon e de Cincinnati, este sem perder um set sequer.
Fonseca e Bia Haddad buscam reação
Os únicos brasileiros nas chaves de simples do US Open chegam ao grande torneio em momentos semelhantes. Tanto João Fonseca quanto Beatriz Haddad Maia vêm de derrotas inesperadas para adversários, em tese, menos qualificados. Em seu primeiro ano disputando os principais torneios da temporada, João Fonseca fará sua estreia na chave principal em Nova York.
“O US Open é um Grand Slam muito especial para mim, muito feliz em estar de volta. É um Slam que, na primeira vez em que joguei, perdi na primeira rodada, mas na segunda, ambas no juvenil, fui campeão. Ano passado disputei o quali já como profissional e agora estou na chave principal, muito feliz em poder estar aqui”, diz Fonseca.
Ele estreará contra o sérvio Miomir Kecmanovic, na segunda-feira, por volta de 13h30 (de Brasília). “Acho que vai ser um bom jogo. Já cheguei a treinar com ele, mas vai ser a primeira vez em que vou jogar contra ele. É um bom jogador, que pode ganhar de qualquer um. Então tenho que ir preparado mentalmente e fisicamente para partir com tudo.”
Em um ano de estreias, o brasileiro brilhou no Aberto da Austrália ao furar o qualifying e vencer, em sua primeira partida de chave principal de Grand Slam, o russo Andrey Rublev, então número nove do mundo. Em Roland Garros e Wimbledon, exibiu a mesma campanha: avançou à terceira rodada.
Mas os resultados recentes, em torneios preparatórios para o US Open, não seguiram pelo mesmo caminho. No Masters de Toronto, o atual 44º do mundo foi eliminado logo na estreia pelo australiano Tristan Schoolkate, então o 103º do mundo. Em Cincinnati, contou com o abandono do espanhol Alejandro Davidovich Fokina para alcançar a terceira rodada, quando caiu diante do surpreendente francês Terence Atmane, 136º do ranking e que parou só na semifinal.
Bia Haddad, por sua vez, encara o US Open como sua última grande chance de se reabilitar no ano. Em uma temporada irregular, com 10 vitórias e 23 derrotas, a brasileira vem oscilando em quadra, entre hesitações mentais e erros excessivos, apesar de todo o seu potencial técnico.
Nas últimas semanas, foram quatro tropeços consecutivos, três deles em estreias, em Montreal, Cincinnati e Monterrey. A outra derrota aconteceu na segunda rodada de Wimbledon. Bia não vence duas seguidas desde o fim de junho.
No US Open, ela poderá retomar o ritmo das vitórias. Sua estreia será contra a britânica Sonay Kartal, 51ª do mundo, na terça-feira. Se confirmar o favoritismo, poderá enfrentar na segunda rodada a francesa Lois Boisson, 46ª do mundo, que foi a sensação de Roland Garros, parando somente nas semifinais. Outra potencial adversária é a suíça Viktorija Golubic (77ª do mundo). Bia é a atual número 20 do mundo, mas deverá começar o US Open no 22º posto.
*Com agência