Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, o Brasil terá uma representante na final da Ginástica Rítmica. A atleta que obteve o feito é a curitibana Bárbara Domingos, que avançou nesta quinta-feira (8)
Bárbara iniciou sua trajetória esportiva na ginástica artística aos cinco anos. Mas logo mudou para a rítmica por seu perfil físico: ela é mais alta que a média (1,67m) e se considera menos forte fisicamente que as colegas da ginástica artística. “E também teve a música”, contou Bárbara, ao justificar a mudança de modalidade. “Eu era muito musical desde pequena. E isso acabou chamando muito a minha atenção. Gosto das coreografias, é um esporte que tem dança e música.”
Trajetória de Bárbara
A atleta de 24 anos ficou entre as 10 melhores do mundo em sua primeira Olimpíada. Bárbara começou a se destacar em nível internacional na temporada passada, um divisor de águas em sua carreira esportiva.
Em um intervalo de poucos dias, ela faturou a medalha de bronze na prova da fita na etapa de Sofia da Copa do Mundo, na Bulgária. Tornou-se, assim, a primeira atleta do Brasil e da América Latina a subir ao pódio numa competição deste nível. Somente a classificação para a final já era feito histórico nacional para a modalidade na disputa individual.
No final de semana seguinte, Bárbara foi ainda mais longe. Brilhou novamente na fita, desta vez no Grand Prix de Thiais, na França. E conquistou o ouro. Mais uma vez, acumulou resultados inéditos para a ginástica rítmica brasileira. Nenhuma outra atleta do país havia se destacado desta forma em competições deste peso.
“Fiquei até um pouco sem entender o que estava acontecendo. Até achava que era possível alcançar estes resultados, mas não na primeira competição do ano, não agora. Talvez mais para a frente por ser início de ciclo, pegando o ritmo de competição. Na Europa, as meninas começam a competir mais cedo. Todas já estavam competindo”, disse Bárbara em entrevista ao Estadão, em maio do ano passado.
Os meses seguintes foram de novos feitos. Ela faturou o bronze na fita e ficou em quinto lugar nas provas de arco e bola na etapa da Romênia da Copa do Mundo. Nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, Bárbara conquistou três medalhas de ouro: individual geral, bola e fita. No Mundial, disputado em Valência, na Espanha, ela terminou em 11º no individual geral. Na época, se tornou a primeira brasileira a disputar uma final de Mundial.
Ela chegou a se preparar para estrear nos Jogos Olímpicos em Tóquio, em 2021, mas a pandemia acabou mudando o regulamento da classificação e ela ficou fora da disputa.
Obstáculos superados
O maior obstáculo para Bárbara na Olimpíada é a forma de disputa e classificação. Na ginástica rítmica, diferentemente da artística, não há provas por aparelhos em
"É uma pena não ter prova isolada da fita. Quanto aos demais, é um pouco mais difícil. Cada aparelho tem sua peculiaridade, a sua dificuldade. O mais complicado de todos é a bola. Quase todas as atletas têm alguma dificuldade com ela. É meio perigoso”, explicou a atleta.
O desafio, contudo, foi superado na capital francesa, onde ela mostrou alto desempenho até mesmo na bola.
A pontuação da atleta que a fez avançar à decisão foi 33.100 na bola; 34.750 no arco; 31.700 na fita e 30.200 nas maças.
Com agência