Locais vinculados aos Jogos Olímpicos de Paris são alvos de várias operações de busca e apreensão nesta terça-feira (20). Dentre os locais vistoriados pelas autoridades, estão a sede do comitê de organização e a Empresa de Obras olímpicas (Solideo), informou a Procuradoria Nacional de Finanças da França.
O Ministério Público do país europeu afirmou que as operações acontecem no âmbito de duas investigações preliminares, abertas em 2017 e em 2022, sobre suspeitas de ações ilegais de interesses e favorecimento.
A 14 meses do início dos Jogos Olímpicos, o comitê de organização disse que “colabora plenamente com os investigadores para facilitar as investigações”.
De acordo com uma fonte próxima à investigação, as operações de busca são coordenadas pela OCLCIFF (Agência Central de Luta contra a Corrupção e as Infrações Financeiras e Fiscais) e pela BRDE (Brigada Financeira da Polícia Judiciária de Paris).
O comitê de organização é constituído sob a forma de associação. O Tribunal de Contas monitora suas atividades e deve publicar um relatório em breve.
Em abril de 2021, dois relatórios da Agência Francesa Anticorrupção (AFA) sobre a organização dos Jogos apontaram “riscos de falta de probidade e conflitos de interesses”, prejudicando a imagem dos Jogos Olímpicos “exemplares” desejada pelo presidente do comitê organizador, Tony Estanguet.
Os dois relatórios iniciais, apresentados no começo de 2021, se concentram no comitê organizador e na Solideo, a empresa pública responsável pela construção de vários locais para os Jogos Olímpicos.
Os inspetores da AFA consideraram que o processo geral relacionado às compras é “impreciso e incompleto”. Também apontaram que às vezes existem “situações de potenciais conflitos de interesses não controlados”.