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Chefão da Stock Car desiste de inovação e confirma retorno dos motores V8 à categoria

Nesta temporada, foram implementados motores turbo na Stock; propulsores apresentaram problemas de confiabilidade

Carros da Stock Car em ação no Autódromo Veloccita

Lincoln Oliveira, CEO da Vicar, empresa responsável pela Stock Car, confirmou nessa terça-feira (4) que a categoria voltará a ter carros equipados com motores V8. A declaração foi dada durante cerimônia premiação do Capacete de Ouro.

Na temporada 2025, a categoria passou por uma série de inovações, das quais se destacam a mudança de carroceria dos carros, de sedan para SUV, e a implementação de motores turbo.

“Esse trabalho (de inovação) nasceu lá atrás, com uma pesquisa que nós fizemos de estudo de mercado. Nós fizemos os desenhos dos carros SUV e sedãs, uma empresa fez a pesquisa, e o resultado foi de 80% de aprovação pelos SUV. Nós fizemos este projeto, iniciamos um conceito de desenvolvimento completo do carro. Foram quase duas mil peças desenvolvidas no Brasil. Um motor turbo, que todos sabem que tivemos vários problemas, e agora está se ajeitando”, iniciou.

“Mas super comum, transformação, mudança radical. Hoje, temos um carro de corrida muito bom. Inclusive, no ano que vem, volta o V8 para a alegria de todos. Então, vai voltar. Essa transformação não aconteceu só no carro, mas também na organização como um todo. Nós renovamos absolutamente tudo”, finalizou Lincoln.

Os novos propulsores sofreram com problemas de confiabilidade ao longo do ano. A etapa inicial da temporada sofreu alterações devido à falta de peças para os carros.

Em outro momento, Gabriel Casagrande, tricampeão da categoria, e Felipe Massa teceram grandes críticas aos motores após sofrerem com falhas mecânicas.

Já na quarta etapa do campeonato, um grande susto provocado por um princípio de incêndio no motor do carro de Hélio Castroneves assustou a todos. O piloto chegou a inalar parte da fumaça e sofreu intoxicação.

Ficha técnica

Especificação: quatro cilindros, 2,1 litros, turboalimentado, 16 válvulas e injeção eletrônica, 500 cv (7.600 rpm). Torque 580 Nm (de 4.000 a 6.800 rpm). RPM máximo: 7.600

Eletrônica: Fueltech (Brasil)

Painel: Fueltech FT700 Plus

Peso: 1.100kg (2kg por cv)

Câmbio: XTrac (Inglaterra) modelo P1529, sequencial e semiautomático, seis marchas, é acionado pelo piloto, mas o mecanismo gerencia o engate. Trocas acionadas por borboletas no volante. Tração traseira

Suspensão: independente nas quatro rodas. Triângulos sobrepostos (“duplo A”). Sistema pushrod. Amortecedores reguláveis de competição

Amortecedores: Penske Racing (EUA)

Conectividade: Qualcomm Snapdragon 5G, com sensorização de diversas funções do carro

Visibilidade: câmeras integradas ao chassi com visão dianteira e traseira, além de câmera 360 graus interna. As duas primeiras disponíveis no display do piloto. As três usadas em transmissão de prova e app

Aerodinâmica: SUV ajustada para competição, DRS (asa móvel em fibra de carbono)

Projeto: Audacetech, ArcelorMittal, IPT e SENAI

Carroceria: Chevrolet Tracker Stock Car. Material compósito (incluindo fibra de carbono, fibra de vidro, aramida e kevlar), simulações e testes. Fabricação Magna Compósitos (Brasil)

Chassi: aço DP980R ArcelorMittal, da família de Aços Avançados de Alta Resistência, chancela IPT. Homologação CBA

Entreeixos: 2.750 mm

Freios, dianteiros e traseiros: discos ventilados especiais Hipper Freios, pastilhas Cobreq (de competição), com pinças de competição AP Racing (Inglaterra). Seis pistões na dianteira e quatro na traseira

Direção: sistema pinhão/cremalheira, acionamento elétrico

Simulação computacional: IPT e Siemens

Fabricação e prototipagem: ESPAS (Brasil) e Audacetech

Elementos de competição (motor e suspensão): MTR (Brasil)

Volante: Grid Engineering (Holanda), modelo Stock Car

Rodas: Mangels, liga leve, medidas 11,5 x 18 polegadas (diâmetro x largura)

Pneus: Hankook (Coréia do Sul) medidas 300-680x18

Combustível: Gasolina Podium

Tanque: instalado em cofre de fibra de carbono, é um contêiner de borracha deformável e resistente desenvolvido especialmente para competição, seguindo a classificação standard FT3 da FIA. Válvula de segurança anticapotagem e capacidade ajustável

Segurança: estrutura tubular em aço DP980R ArcelorMittal, proteção antichama por paredes corta-fogo com chapas de alumínio e revestimento resistente ao calor, estruturas do tipo crash box na dianteira e traseira em alumínio para absorção de impacto. Estruturas laterais em carbono, kevlar e aramida para absorção de impacto e dissipação de energia. Banco do piloto projetado e fabricado nos EUA com certificação FIA.

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Jornalista formado pelo Centro Universitário UNA. Acumula passagens pela Web Rádio Neves FM e Portal Esporte News Mundo, como setorista do América, além de possuir experiência em coberturas in-loco e podcast. Apaixonado por automobilismo e esportes americanos.