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Honda defende uso de motores eletrificados na Fórmula 1 em detrimento aos V8

Dirigente da fabricante japonesa condicionou permanência na categoria ao uso de motores com eletrificação

Racing Bulls é uma das equipes da Fórmula 1 que recebe motores da Honda

Koji Watanabe, presidente da divisão esportiva da Honda, a HRC, defendeu o uso de motores eletrificados em detrimento ao retorno dos motores V8 à Fórmula 1. A medida foi citada pelo presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) durante o Grande Prêmio da Grã-Bretanha, realizado no início deste mês.

Em entrevista ao portal japonês Autosport Web, o dirigente condicionou a permanência da fabricante japonesa na categoria à manutenção da utilização de motores com eletrificação.

“Estamos cientes da situação atual da Fórmula 1. O desejo da Honda é que a categoria continue sendo o auge do automobilismo. Nossa posição atual é a de que acreditamos que a eletrificação é um elemento fundamental para avançarmos em direção a um futuro sustentável”, afirmou Watanabe.

Koji Watanabe, presidente da Honda Racing Corporation (HRC), divisão esportiva da Honda

A Honda quase deixou a Fórmula 1 em 2020. Na ocasião, a fabricante afirmou que se concentraria no desenvolvimento de tecnologias que emitissem zero carbono. No entanto, a empresa reverteu a decisão após o anúncio do regulamento da categoria a partir da temporada 2026 - que prevê o uso de 50% da força de propulsão oriunda do motor elétrico.

Até o fim desta temporada, a Honda fornecerá motores para a Red Bull e para a Racing Bulls. Já a partir do próximo ano, a empresa fará parceria com a Aston Martin.

Presidente da Fia defende volta dos motores V8

Durante o Grande Prêmio da Grã-Bretanha, Mohammed Ben Sulayem defendeu o retorno do uso de motores V8 na Fórmula 1. Em conversa com jornalistas, em Silverstone, Sulayem sugeriu que a categoria mudasse o regulamento de motores e introduzisse unidades de potência mais baratas que as atuais. De acordo com o dirigente, a alteração poderia ocorrer já em 2029.

“Para nós, o V8 está acontecendo. A Formula One Management (FOM) está apoiando, as equipes estão percebendo que esse é o caminho certo”, iniciou.

“Precisamos fazer isso logo. Você precisa de três anos. Então, esperamos que em 2029 já tenhamos alguma coisa. O combustível também é muito caro, e temos que ter muito cuidado com isso. As transmissões são muito caras”, concluiu o dirigente.

Novos motores na Fórmula 1

A Fórmula 1 terá, a partir de 2026, mudança no regulamento dos motores utilizados na categoria. Atualmente, os carros são equipados com motores híbridos (motor a combustão V6 + motor elétrico), cuja a unidade de potência elétrica conta com duas unidades elétricas, MGU-H e MGU-K. As duas unidades elétricas são responsáveis por gerar cerca de 120/kWhs, cerca de 160 cavalos.

A partir do próximo ano, o MGU-H deixará de ser utilizado. Sendo assim, os motores híbridos passarão a ser compostos pela unidade a combustão V6 unida a uma unidade elétrica, MGU-K. Esta unidade será responsável por gerar 350kWhs. Informações apontam que a divisão de força entre as unidades será 50/50.

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Jornalista formado pelo Centro Universitário UNA. Acumula passagens pela Web Rádio Neves FM e Portal Esporte News Mundo, como setorista do América, além de possuir experiência em coberturas in-loco e podcast. Apaixonado por automobilismo e esportes americanos.