Mesmo depois de receber uma nota zero na Olimpíada de Paris 2024, a B-girl australiana, Rachael Gunn, manteve seu posto como líder do ranking mundial de break dance. Nessa terça-feira (12), a World DanceSport Federation (WDSF), órgão responsável pela regularização mundial do esporte, explicou os critérios de classificação.
Segundo a entidade, cada atleta é avaliado com base nas suas quatro melhores performances dos últimos 12 meses. Além disso, os Jogos Olímpicos e as eliminatórias foram excluídos da contagem. Assim, a performance de Gunn em Paris não influenciou na sua posição.
Além de ser a número um do mundo, Rachel também é detentora do recorde de melhor B-girl australiana em 2020, 2022 e 2023.
Críticas
A WDSF passa por momentos de descredibilização. Além do ranking, o órgão explicou sobre os índices classificatórios para a Olimpíada.
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Eles explicaram que não foram realizados eventos classificatórios entre 2023 e 2024 para permitir que os atletas se concentrassem exclusivamente nos Jogos. Essa estratégia desencadeou “circunstâncias únicas”, como alguns atletas serem classificados com base apenas em um único evento.
No caso da professora australiana de 37 anos, os 1000 pontos, que a colocam no topo da tabela, são de um primeiro lugar no Campeonato Continental da Oceania, em outubro de 2023.
“As classificações mundiais, como estão atualmente, devem ser interpretadas em conjunto com os resultados de competições globais recentes para um reflexo mais preciso do cenário competitivo global”, completou a declaração da WDSF.
Em uma entrevista à Associated Press, o vice-presidente da Breaking for Gold USA, divisão de dança do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, Zack Slusser, argumentou que a WDSF não tinha méritos reais com a comunidade de breaking. Para ele, a entidade mundial falhou em organizar eventos que contribuiriam para criar uma classificação precisa.
“Os breakers estavam se apresentando apenas em eventos organizados pela WDSF para garantir pontos para se classificar para a Olimpíada. Eles não tinham nenhum incentivo ou desejo de continuar participando dos eventos da WDSF após Paris”, declarou Slusser.
Rachel Gunn em Paris
RayGun, como é conhecida, disputou a Olimpíada de Paris 2024. Na prova, ela não conseguiu somar nenhum ponto nas três batalhas em que competiu.
“Agradeço a todas as pessoas que me apoiaram. Eu realmente aprecio a positividade e estou feliz que pude trazer alguma alegria para as suas vidas, isso era o que eu esperava. Eu não esperava que isso abriria portas também para tanto ódio, o que, francamente, tem sido devastador”, declarou a australiana.
Rachel também é professora universitária e pesquisadora da modalidade. Além das críticas por sua maneira de dançar, ela foi acusada de zerar a pontuação de propósito como um experimento social. As acusações vieram de Megan Davis, vice-reitora da Universidade de New South Wales.
“Eu levei muito a sério, trabalhei muito me preparando para a Olimpíada e dei tudo de mim”, desabafou a atleta sobre as acusações de ter zerado a nota propositalmente.
A b-girl também se posicionou sobre o fato de sua apresentação ter atraído críticas para a modalidade.
“É muito triste ouvir essas críticas e lamento muito a reação negativa que a comunidade sofreu, mas não posso controlar como as pessoas reagem”, disse.
O Breaking participou do programa olímpico de Paris como uma tentativa do Comitê Olímpico Internacional de atrair as gerações mais jovens para os Jogos Olímpicos. A modalidade, no entanto, não retornará para os Jogos Olímpicos de Los Angeles, que acontecerão em 2028.