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Santos perde para o Fortaleza e está rebaixado pela primeira vez à Série B

Vitórias de Vasco e Bahia sacramentaram a queda dentro da Vila Belmiro, nesta quarta-feira (6); torcida chorou e arremessou objetos no campo

Torcedor chora segurando a camisa 10 de Pelé na Vila Belmiro

O Santos jogará pela primeira vez em sua história a Série B do Campeonato Brasileiro. A derrota por 2 a 1 para o Fortaleza nesta quarta-feira (6), na Vila Belmiro, no litoral paulista, pela última rodada da Série A, sacramentou o descenso aliada às vitórias de Bahia e Vasco, respectivamente, sobre Atlético e Bragantino.

O apoio da torcida, neste jogo e nos últimos meses, apesar das péssimas atuações e do risco de queda, não foi suficiente para evitar o desastre. Nesta quarta muitos torcedores receberam o elenco com festa antes do confronto, mas o choro foi recorrente ao apito final de Leandro Pedro Vuaden, com objetos arremessados e invasão de campo.

O Santos terminou a competição com 43 pontos, igual ao Bahia, mas atrás no saldo de gols. E em 2024 vai disputar a Segunda Divisão. O Fortaleza, com 54 pontos, acabou em 10º, com vaga na Copa Sul-Americana de 2024.

A morte de Pelé

O Rei Pelé morreu em 29 de dezembro de 2022. Menos de um ano depois, o Santos é rebaixado, algo inimaginável nos anos em o camisa 10 brilhava no gramado da Vila Belmiro e mundo afora.

A CBF fez diversas homenagens ao Rei no Brasileiro, com minuto de silêncio e respeito nos minutos dez de cada partida. Só não imaginava, claro, que justamente no primeiro Brasileiro sem Pelé o Santos cairia.

A lei do ex

E o gol que decretou a queda teve a lei do ex, aquela que diz que alguém que já vestiu sua camisa vai marcar contra você. Marinho, destaque na campanha do vice-campeonato da Libertadores de 2020, deixou o Peixe no início de 2022, foi para o Flamengo, e hoje está no Fortaleza.

E foi dele o gol, aos 38 minutos do segundo tempo, em um lance que representa toda a péssima campanha santista no Brasileiro: um escanteio ofensivo, no rebote Pochettino ficou com a bola e lançou Marinho, percebendo, talvez, que não havia cobertura.

O atacante entrou livre na área e só deslocou João Paulo. Marinho comemorou com o tradicional gesto de mão no ouvido, pedindo mais vaias, as mesmas que ouviu antes de a bola rolar.

Messias deu esperança

Marcos Leonardo, que havia tido problemas de comportamento ao se atrasar em um treino, foi titular. Soteldo, outro importante nome, também. Mas ninguém conseguiu produzir com eficiência, algo que foi corriqueiro em 2023.

O técnico Marcelo Fernandes fez trocas ainda no primeiro tempo, após levar o gol e com notícias ruins chegando do Rio e de Salvador.

Mas foi um zagueiro, Messias, de cabeça, no começo do segundo tempo, quem deu esperança da virada, que salvaria o time, ao marcar de cabeça após um cruzamento de escanteio. A Vila explodiu, com vários torcedores focados pela imagem da transmissão oficial chorando muito.

A virada, porém, jamais chegou, e o time ainda viu Lucero marcar, quase do meio de campo, após saída errada desesperada de João Paulo ao ataque.

Santos 1 x 2 Fortaleza

Santos

João Paulo; Lucas Braga, Messias, João Basso e Dodô (Lucas Lima); Tomás Rincón (Nonato), Gabriel Inocêncio e Jean Lucas (Maxi Silvera); Soteldo, Julio Furch (Wesley Patati) e Marcos Leonardo. Técnico: Marcelo Fernandes.

Fortaleza

João Ricardo; Tinga, Benevenuto, Titi e Bruno Pacheco; Zé Welison (Lucas Crispim), Pochettino (Lucas Sasha) e Calebe (Yago Pikachu); Marinho (Pedro Augusto), Lucero e Guilherme (Machuca). Técnico: Juan Pablo Vojvoda.

Gols
Messias (12min2ºT) para o Santos
Marinho (38min1ºT), Lucero (49min2ºT) para o Fortaleza

Cartões Amarelos
Dodô, Gabriel Inocêncio (Santos); Pochettino, Zé Welison (Fortaleza)

Público: 14.130 presentes

Renda: R$ 708.607,50

Motivo: 38ª rodada do Campeonato Brasileiro 2023

Data e horário: 6 de dezembro de 2023 (quarta-feira), às 21h30 (de Brasília)

Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)

Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)

Auxiliares: Bruno Boschilia (Fifa/PR) e Michael Stanislau (RS)

Árbitro de vídeo: Pablo Ramon Goncalves Pinheiro (Fifa/RN)

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.