O Brasil é o segundo país do mundo que mais gerou receita com transferências internacionais de jogadores formados em seus clubes nos últimos dez anos. É o que revela o relatório semanal número 519 do CIES Football Observatory, divulgado nessa terça-feira (28).
De acordo com o estudo, os clubes brasileiros arrecadaram 2,6 bilhões de euros (cerca de R$ 16 bilhões) com negociações internacionais envolvendo atletas revelados no país entre 2015 e 2025 — valor que inclui bônus, adicionais e porcentagens de revenda.
O desempenho coloca o Brasil atrás apenas da França, líder do ranking com 3,98 bilhões de euros (cerca de R$ 24 bilhões), e à frente da Espanha, que aparece em terceiro com 2,24 bilhões de euros (cerca de R$ 14 bilhões).
O levantamento considera apenas transferências para clubes estrangeiros e destaca a alta incidência de saídas precoces no futebol brasileiro. Segundo o CIES, 50,1% das receitas do Brasil vêm de jogadores negociados com 20 anos ou menos, índice que reforça o padrão de exportação de talentos ainda jovens.
Outros presentes no ranking
Entre os países que também superaram a marca de € 1 bilhão em receitas estão Portugal (€ 1,99 bi), Países Baixos (€ 1,63 bi), Inglaterra (€ 1,60 bi), Alemanha (€ 1,48 bi), Itália (€ 1,04 bi) e Argentina (€ 1,55 bi).
O estudo ainda aponta que as categorias de base têm papel fundamental no equilíbrio financeiro dos clubes ao redor do mundo. No caso do Brasil, o perfil de vendas é semelhante ao de mercados emergentes como Sérvia (64,7%), Dinamarca (48,4%), Suécia (47,9%) e Bélgica (43,8%), todos com alta participação de transferências de jogadores com até 20 anos.
Na França, líder do ranking, as vendas se concentram em atletas um pouco mais experientes, com 39% das receitas geradas por jogadores entre 21 e 23 anos e 26,4% por atletas com 20 anos ou menos.
Ranking completo
| Nº | País | Receita (milhões de euros) | ≤20 anos (%) | 21–23 anos (%) | 24–26 anos (%) | ≥27 anos (%) |
|---|---|---|---|---|---|---|
| 1º | França | 3.976 | 26,4% | 39,0% | 24,8% | 9,8% |
| 2º | Brasil | 2.604 | 50,1% | 27,8% | 15,8% | 6,3% |
| 3º | Espanha | 2.242 | 14,6% | 45,9% | 21,7% | 17,8% |
| 4º | Portugal | 1.987 | 36,6% | 39,0% | 19,2% | 5,2% |
| 5º | Países Baixos | 1.633 | 26,8% | 43,8% | 21,7% | 7,7% |
| 6º | Inglaterra | 1.601 | 17,5% | 39,9% | 16,6% | 26,0% |
| 7º | Argentina | 1.555 | 37,2% | 34,0% | 19,3% | 9,5% |
| 8º | Alemanha | 1.483 | 24,5% | 45,8% | 20,3% | 9,4% |
| 9º | Itália | 1.044 | 29,4% | 44,1% | 24,3% | 2,2% |
| 10º | Bélgica | 847 | 43,8% | 27,2% | 20,3% | 8,7% |