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Venda ilegal de camarote, Mounjaro e Ministério Público: a profunda crise no São Paulo

Entenda a crise institucional que vive o clube, comandado pelo presidente Julio Casares

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O São Paulo vive momento de profunda crise institucional, marcado por denúncias envolvendo a venda ilegal de camarotes no Morumbis, questionamentos sobre procedimentos médicos no elenco profissional e uma investigação em andamento no Ministério Público de São Paulo (MPSP). O cenário levou conselheiros de oposição a pedirem o afastamento do presidente Julio Casares, que tem futuro incerto.

O ge.globo divulgou, na segunda-feira (15), um áudio que aponta um esquema de comercialização clandestina de um camarote do Morumbis durante shows realizados no estádio. O material envolve Douglas Schwartzmann, diretor adjunto das categorias de base, e Mara Casares, ex-esposa de Julio Casares e atual diretora feminina, cultural e de eventos do clube.

Ambos solicitaram licença de seus cargos. No conteúdo divulgado, há indícios de que Mara Casares teria recebido o espaço do superintendente Márcio Carlomagno, aliado direto de Julio Casares e figura central no planejamento do futebol para a próxima temporada. Em fevereiro de 2025, ingressos teriam sido comercializados ilegalmente para o show da cantora Shakira.

Em nota oficial, o São Paulo informou que “realizará a devida apuração dos fatos e, com base nessa análise, adotará as medidas que se mostrarem necessárias”.

Ex-esposa de Julio Casares, Mara Casares está envolvida em possível comercialização ilegal de camarote no Morumbis

Crise no departamento médico envolve canetas emagrecedoras

Paralelamente, o clube se manifestou sobre a utilização do Mounjaro, medicamento indicado para tratamento de diabetes e associado à perda de peso. O tema ganhou repercussão após informações publicadas pelo Uol de que atletas do elenco teriam feito uso da substância sob recomendação do departamento médico — que passou por diversas demissões.

Segundo o São Paulo, o remédio foi administrado em dois jogadores, em tratamentos pontuais e individualizados, dentro da legalidade. O clube repudiou qualquer associação entre o uso do medicamento e o elevado número de lesões na temporada.

Em novembro, dos 33 jogadores do elenco, 24 passaram pelo departamento médico, número que representa 72,7% do grupo. Apesar das especulações, o Tricolor descartou qualquer relação entre os casos clínicos e o uso do Mounjaro.

MP investiga São Paulo

O clube também é alvo de uma denúncia anônima no Ministério Público de São Paulo por suposta “gestão temerária”. A representação se baseia em quatro pontos principais:

  • déficit financeiro registrado em 2024
  • valores considerados baixos na venda de jogadores
  • modelo proposto para o Fundo de Investimentos em Participações (FIP) das categorias de base de Cotia
  • possíveis conflitos de interesse envolvendo Julinho Casares, filho do presidente

Conduzida pelo advogado Guilherme Salutti, a defesa sustenta que não há comprovação de intenção deliberada de prejuízo ao São Paulo. Após a apresentação das explicações ao MPSP, os advogados afirmam haver convicção de que o procedimento será arquivado.

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Rafael Oliva é formado em Jornalismo pela PUC-SP, pós-graduando em Marketing e Mídias Digitais pela FGV e produtor audiovisual. Passou por Lance! e Câmara Municipal de São Paulo. Já cobriu o dia a dia de Santos, Palmeiras e diversos eventos esportivos na cidade de São Paulo. Na Itatiaia, cobre Palmeiras, São Paulo e outros esportes na capital paulista.

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