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Epopeia pela ‘Sula’: torcedor do Atlético pega balsa para acompanhar final contra o Lanús

Muitos atleticanos se dirigiram para Assunção para acompanhar o jogo decisivo da competição continental

Gabriel Mattos foi à Assunção de balsa para acompanhar Atlético e Lanús, na final da Copa Sul-Americana

Pelo sonho do título da Copa Sul-Americana, muitos torcedores do Atlético viveram verdadeiras epopeias para percorrer os 1.796 km que separam Belo Horizonte de Assunção. O objetivo é um só: chegar à capital do Paraguai neste sábado (22), a tempo de acompanhar o time na final contra o Lanús. Entre esses apaixonados está Gabriel Mattos, que precisou até pegar uma balsa para garantir presença no estádio Defensores del Chaco antes das 17h (de Brasília).

Em entrevista à Itatiaia, Gabriel contou que enfrentou atrasos de voo, longas horas de espera e situações inusitadas durante o percurso até o Paraguai.

A epopeia de Gabriel

Gabriel Mattos encontrou Diego Tardelli na viagem

Natural de Sete Lagoas, Gabriel tentou planejar um trajeto tranquilo — mas os problemas logísticos transformaram a viagem em uma verdadeira saga.

“De Sete Lagoas, eu peguei um ônibus para BH, cheguei umas 7 horas da noite da quarta. Aí, beleza. Na quarta-feira eu peguei o ônibus na rodoviária de BH para São Paulo. Estava marcado para 8 horas, atrasou 2 horas”, iniciou.

“Cheguei quinta-feira em São Paulo, 6 horas da manhã. Aí meu voo era 20 horas, só 20 horas, então fiquei esperando, esperando, esperando. Detalhe: esse voo estava marcado para 20 horas, só que saiu meia-noite e meia, atrasou 4 horas e meia”, completou.

A viagem ganhou novos contornos com a chegada em Buenos Aires, no Aeroparque Jorge Newbery. Além de ter que pegar um novo voo, ele ainda teve que lidar com um encontro tenso com argentinos.

“Beleza, cheguei em Buenos Aires, troquei de aeroporto, tive que pagar uma fortuna. Cai no Aeroparque e fui para o Ezeiza (Aeroporto Internacional de Buenos Aires-Ezeiza). Esperei mais 9 horas, aí, já na madrugada de quinta para sexta, eu peguei o avião de São Paulo para Buenos Aires”, disse.

“Aí peguei outro avião de Buenos Aires para Formosa, na Argentina. Cheguei em Formosa ao meio-dia, não consegui pegar o ônibus que saía meio-dia e meia”, contou.

Encontro tenso na Argentina

Durante o trajeto, Gabriel viveu momentos de tensão ao dividir o voo para Formosa com cerca de 30 torcedores do Lanús.

“Detalhes: o voo de Buenos Aires a Formosa tinha 30 torcedores do Lanús. Eu não tive medo, mas no começo eu estava meio receoso. Mantive a calma, não quis parecer que estava provocando ou desrespeitando. Teve uns que ficaram zoando, teve uns que fizeram meio que uma ameaçazinha”, revelou.

“Teve outros que acharam legal e falaram: ‘Esse é corajoso mesmo, hein’. Teve uns que falaram que eu era corajoso e tudo”, completou.

“Aí, detalhe: quando chegamos no aeroporto de Formosa, eu fui ao banheiro trocar de roupa, colocar outra blusa do Galo. Entraram seis caras lá para urinar, e eu fiquei naquele medo. Eles ficaram brincando: ‘É mineiro, né? Mineiro não é bem-vindo, não’. Essas coisas assim”, brincou.

Balsa no Paraguai

Finalmente no Paraguai, Gabriel teve que pegar uma balsa para ir da cidade argentina de Formosa, na divisa com o Paraguai, até a cidade de Alberdi, já na sede da final.

“E aí, para finalizar meu trajeto, eu tive que pegar uma balsa que saía de Formosa e ia para Alberdi, no Paraguai. Passei pela migração na própria balsa”, contou.

“Fui atravessando o Rio Paraguai de balsa, esperei num barzinho lá, bem fuleiro, até 4 horas da tarde. Fiquei esperando 5 horas para pegar um ônibus até Assunção. Cheguei às 21h13 aqui”, completou.

Espanhol abriu portas

Gabriel foi “preparado” para a viagem até Assunção

Mesmo sozinho, Gabriel conseguiu se comunicar melhor nas situações adversas graças ao espanhol.

“O que me facilitou é que eu sei falar espanhol, sabe? Já morei no México um ano, fiz intercâmbio. Então consigo conversar. Aí consegui trocar ideia com o pessoal e tudo.

“Outro detalhe dessa viagem: fiz ela toda sozinho. Vim sem amigo nenhum, sem nenhum conhecido”, finalizou.

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Igor Varejano é jornalista formado pela UFOP. Tem experiência em esportes e cidades no rádio e em portais. Colaborou com Agência Primaz, Jornal Geraes e Rádio Real. Atualmente é repórter do Itatiaia Esporte.

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