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Presidente do Flamengo abre o jogo e diz o que pensa sobre fair play financeiro

Luiz Eduardo Baptista, o Bap, avaliou implementação do mecanismo no futebol brasileiro

Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo

Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo, concedeu entrevista à TV do clube carioca nessa segunda-feira (10) e revelou o que pensa sobre a implementação do fair play financeiro no futebol brasileiro.

O mandatário rubro-negro elogiou a medida e a decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em considerar a implementação do mecanismo no futebol nacional.

“Entendo que seja providencial e digna de elogios essa decisão da CBF de finalmente tratar de um assunto tão importante para o futebol brasileiro. Nós, que somos amantes do futebol, temos percebido que o Brasil tem ficado para trás nos últimos anos dentro e fora de campo”, iniciou.

“E nunca é uma coisa só. Para quem acha que tudo é decidido só dentro das quatro linhas: não é. Os atletas têm que se preparar muito mais, e os dirigentes também. Os regulamentos, a estruturação dos campeonatos”, continuou o dirigente.

Adiante, Bap fez uma avaliação do que aconteceu no processo de evolução do futebol europeu e concluiu que o fair play financeiro contribuiu com isso.

“Parte fundamental desse movimento europeu nos últimos anos foi esse programa de responsabilidade fiscal, técnica, financeira, que lá se chamou de fair play financeiro. Então, vejo com muito bons olhos que estejamos considerando isso de maneira séria no Brasil”, afirmou Bap.

Nessa segunda-feira, o Flamengo divulgou propostas para a implementação do fair play financeiro. Dentre as sugestões está o pedido para que sejam fiscalizados todos os gastos dos clubes e não só as folhas salariais.

Como o Flamengo entende que deve ser o fair play

Para o presidente do Flamengo, a ideia a ser seguida deve se basear no que já foi colocado em prática na Europa. O dirigente considera que, apesar de o modelo não ser “perfeito”, é idealizado em “princípios corretos”.

“Não faz sentido a gente ficar reinventando a roda. O modelo de lá (Europa) é perfeito? Não. Mas foi idealizado em cima de princípios corretos e foi sendo ajustado, ao longo do tempo, em função da experiência adquirida em cada uma das ligas”, ponderou Luiz Eduardo Baptista.

Na sequência, o mandatário avaliou que a inspiração é “perfeita”, mas deve passar por adaptações para o modelo de futebol no Brasil.

“Você simplesmente copiar o modelo europeu e colocar no Brasil? Raramente isso dá certo. E isso não é só no futebol. É em qualquer setor”, disse.

“A espinha dorsal tem que ser considerada como pilares fundamentais, mas entendo que há características importantes no nosso país que precisam ser consideradas. Você tem hoje Recuperação Judicial, as SAFs, clubes que entraram no futebol como SAFs pedindo que suas dívidas fossem repactuadas no passado. Elas foram aceitas. Enquanto SAFs, eles assumiram responsabilidades em relação aos passivos. Eles tinham obrigação de sanar o passado e pavimentar caminhos melhores para os clubes no futuro”, continuou o mandatário.

“Aí você permite que haja Recuperação Judicial no meio disso. Ou seja, as SAFs da Europa não são desenhadas exatamente como no Brasil”, encerrou Bap.

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Sugestões do Flamengo em relação ao fair play financeiro

Por fim, o mandatário do clube carioca deu sugestões de como o fair play financeiro pode ser colocado em prática.

“Você tentar criar claramente um arcabouço que seja comum a todos os clubes. Que todo mundo possa competir. Cada clube está em um estágio. É importante reconhecer os pontos de partida e definir os objetivos com um horizonte de tempo, criando gradativamente mecanismos de transição para cada um dos pontos que serão endereçados”, destacou.

Na sequência, Bap pontuou medidas que podem servir para punir clubes que não cumpram as determinações do mecanismo.

“Que haja consequências mais imediatas para alguns não cumprimentos. Já temos mecanismos hoje que são importantes, como o CNRD, que trata de dívidas entre clubes. Temos clubes que devem importantes somas de dinheiro. Eles contratam o jogador, não pagam, esses jogadores estão aptos para jogarem pelos seus clubes. Mas como fica o clube que vendeu um atleta para cumprir com suas obrigações, não recebe esse dinheiro e, para colocar seus salários em dia, esse clube acaba rebaixado”, começou.

“Como fica o caso de um clube como o Cuiabá? Ele perde o dinheiro, perde o atleta e é rebaixado. Isso é absolutamente injusto. Se você não vai punir os atletas, por uma questão legal, trabalhista, tem que punir o clube. E tem que ser imediato. Perda de pontos automaticamente no campeonato. Fez isso? Perde três pontos, seis pontos. Reincidente? Vai perder uma partida por WO, além dos pontos, e se prosseguir dessa forma vai ser rebaixado”, encerrou o dirigente do Rubro-Negro.

Jornalista formado pelo Centro Universitário UNA. Acumula passagens pela Web Rádio Neves FM e Portal Esporte News Mundo, como setorista do América, além de possuir experiência em coberturas in-loco e podcast. Apaixonado por automobilismo e esportes americanos.
Nuno Krause é chefe de reportagem do portal Itatiaia Esporte. Antes, foi correspondente da Itatiaia no Nordeste. Formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), acumula passagens por Bahia Notícias, Jornal A TARDE e Rádio Salvador FM.

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