Nome histórico do
“Na manhã do dia 25 de setembro de 1975, ele acordou, pegou o machado e foi até minha mãe, que estava lavando roupa no rio, e a matou com o machado. Eu fui a correr para lá, fiquei cheio do sangue da minha mãe e depois fui à polícia”, relatou em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera.
Carnevale diz ter crescido com muitas dificuldades em casa, muito por conta da violência imposta pelo pai. Os casos, inclusive, eram muitas vezes denunciados e desvalorizados pela polícia, até a fatídica morte da mãe.
Dois anos depois, o então adolescente visitou o pai na prisão. Carnevale destacou no livro que esse é um dos momentos que jamais irá esquecer.
“Tive que visitá-lo na prisão porque queria olhá-lo nos olhos. Ele tinha me tirado tudo na vida. E quando o vi, lhe dei um abraço. Forte. De alguma forma, o perdoei, apesar da certeza de ter diante de mim um homem muito doente”, contou, revelando que o pai foi diagnosticado com esquizofrenia.
“Durante muitos anos, vivi em dor profunda e receio de me tornar como ele. Mas percebi que não sou ele e isso foi o primeiro passo para a libertação”, completou. Anos mais tarde, o pai do ex-jogador cometeu suicídio.
O livro escrito pelo italiano também evidencia o trabalho dele na luta pela defesa das mulheres, para que outros não passem o que ele a mãe passaram. A vontade do ex-jogador é estar na “linha de frente” da causa.
“Conselho a mulheres e filhas? A primeira vez que seu marido ou namorado, seja quem for, levantar a mão ou gritar, deixe-o. Ele fará de novo, com certeza. Denunciem”, afirmou.
Na década de 1980, Carnevale foi companheiro do brasileiro Zico na Udinese, e anos depois, fez parte do elenco histórico do Napoli, campeão
O ex-jogador se aposentou em 1996. Atualmente, ele tem 64 anos e atua como coordenador de scouting da Udinese.