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Incêndio do Ninho: Justiça do Rio retira Bandeira de Mello da lista de réus

Ex-presidente do Flamengo não pode mais ser punido pelo episódio ocorrido em fevereiro de 2019, que vitimou 10 atletas das divisões de base do clube

Eduardo Bandeira de Mello foi presidente do Flamengo entre 2013 e 2018

A Justiça do Rio de Janeiro extinguiu a possibilidade de Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, ser punido pelo incêndio que atingiu o Ninho do Urubu, CT do clube carioca, em fevereiro de 2019 e vitimou 10 atletas das divisões de base.

A pedido do Ministério Público, a Justiça do Rio considerou que a denúncia recebida em 19 de janeiro de 2021 prescreveu, uma vez que já passaram quatro anos e, como Eduardo Bandeira de Mello tem mais de 70 anos, “o prazo prescricional é reduzido pela metade”, o que determina a “extinção de sua punibilidade”.

Até o momento, ninguém foi responsabilizado pelo ocorrido. Márcio Garotti (diretor financeiro) e Marcelo Maia de Sá (diretor adjunto de patrimônio), do Flamengo na época, Danilo Duarte, Fabio Hilário da Silva, Wesley Gimenes e Claudia Pereira Rodrigues, funcionários da NHJ, empresa de contêineres, e Edson Colman, sócio da empresa responsável pela manutenção de refrigeração, são réus e respondem pelos crimes de incêndio culposo e lesão grave.

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As vítimas do incêndio no Ninho do Urubu

O incêndio no alojamento das divisões de base do Flamengo, em 8 de fevereiro de 2019, vitimou Athila Paixão (14), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas Rosa (15), e Vitor Isaías (1

Outros 16 jovens estavam no local na data do ocorrido e escaparam com vida. Jhonata Ventura, Dyogo Alves e Cauan Emanuel sofreram lesões, mas recuperaram-se e seguem ligados ao futebol.

Flamengo chega a acordo com a 10ª família

Nessa terça (4), o Flamengo informou que celebrou acordo com a família de Christian Esmério. A mudança na postura da direção - a qual mudou com a eleição do presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, para o triênio 2025/27 - foi determinante para que as partes voltassem ao assunto e chegassem ao consenso.

Agora, o clube carioca entrou em acordo com os familiares de todas vítimas fatais do incêndio do Ninho. Os valores e detalhes das indenizações são protegidos por sigilo da Justiça.

“O Flamengo entende que não há dinheiro no mundo que possa aplacar a dor pela perda de um filho ou de um irmão, mas continuar litigando, consideradas as circunstâncias do caso concreto, poderia impor ainda maior sofrimento à família, o que não é o desejo do Clube. Desta forma, terminar o processo e permitir à família a compensação financeira, mediante a celebração do acordo, era prioridade máxima da atual Administração do Flamengo”, escreveu o Flamengo.

Bandeira de Mello se manifesta

Após a decisão da Justiça, Eduardo Bandeira de Mello se manifestou com surpresa, garantindo estar convicto em provar sua inocência. Confira, na íntegra, a nota abaixo.

“Estávamos há mais de 100 dias aguardando que eles apresentassem suas alegações finais e permitissem o julgamento do caso. Agora, o órgão que me acusou não parece interessado em uma decisão do Judiciário.

Após mais de 4 anos de processo, todas as provas produzidas apontam a minha inocência. Prefiro acreditar que não, mas talvez isso explique a demora da Promotoria para apresentar as suas alegações finais e a agilidade do mesmo órgão em pedir essa prescrição”.

Da minha parte e de minha equipe de defesa, sempre houve efetiva colaboração com a Justiça na busca pelas causas dessa tragédia. Atos protelatórios que visassem uma possível prescrição nunca foram opções para nós. Não por acaso, minha equipe de defesa sempre atuou em estrito cumprimento dos prazos estabelecidos a fim de promover a celeridade do processo.

Após 6 anos de dor, entendo que todos merecemos uma resposta que possa aplacar, ainda que minimamente, esse imenso sofrimento. Partes, torcedores, público em geral e, principalmente, as famílias das vítimas merecem essa resposta.

Sigo confiando no trabalho sério da Justiça e convicto da minha inocência.”


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Jornalista e correspondente da Itatiaia no Rio de Janeiro. Apaixonado por esportes, pela arquibancada e contra torcida única.