Após Bruno Henrique ser alvo de de uma operação da Polícia Federal (PF) por uma suposta expulsão intencional, por suspeita de manipulação de resultados para ganho em apostas esportivas, o Flamengo posicionou-se sobre o caso na manhã desta terça (5). O clube, que afirmou não ter acesso aos autos do inquérito, está prestando suporte ao atleta.
Ainda de acordo com o comunicado, Bruno Henrique seguirá a programação junto do elenco e viajará com a delegação para Belo Horizonte, onde o Flamengo enfrenta o Cruzeiro na quarta (6).
Confira, na íntegra, o comunicado do Flamengo:
“O Clube de Regatas do Flamengo tomou conhecimento, nesta data, da existência de uma investigação, ainda em curso, versando sobre eventual prática de manipulação de resultados e apostas esportivas.
O Clube ainda não teve acesso aos autos do inquérito, uma vez que o caso corre em segredo de justiça, mas é importante registrar que, ao mesmo tempo em que apoiará as autoridades, dará total suporte ao atleta Bruno Henrique, que desfruta da nossa confiança e, como qualquer pessoa, goza de presunção de inocência.
O Flamengo esclarece, por fim, que houve uma investigação no âmbito desportivo, perante o STJD, a qual já foi arquivada, mas não tem como afirmar que se trata do mesmo caso e aguardará o desenrolar da investigação.
O atleta segue exercendo suas atividades profissionais normalmente. Treina e viaja com a delegação nesta terça-feira, para Belo Horizonte.”
A investigação aponta que familiares de Bruno Henrique estavam cientes dessa intenção do atleta e, por isso, fizeram apostas esportivas em relação aos cartões do próprio jogador antes do início da partida. Os citados criaram contas em casas de apostas virtual e realizaram palpites específicos sobre a punição do atacante do Flamengo. O cenário foi igualmente identificado nas contas de outros seis investigados.
Segundo apuração da Itatiaia, as bets emitiram alerta de aposta atípica por contas recém criadas. A Polícia Federal está no caso por ser um crime de repercussão interestadual e que exige repressão uniforme, nos termos da Lei 10.446/2010.
Algumas bets reportaram apostas atípicas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com destaque para as contas criadas poucos minutos antes do início da partida.
Detalhes da investigação
Às vésperas da final da Copa do Brasil, a operação da Polícia Federal (PF), conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (Gaeco-MPDFT), tem o apoio do Gaeco do Rio de Janeiro e também de Minas Gerais.
Ao todo, na manhã desta terça-feira (5), são cumpridos 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, em Vespasiano, em Lagoa Santa e em Ribeirão das Neves. A operação é chamada de Spot-Fixing, uma expressão inglesa que faz alusão à manipulação de uma situação específica de um jogo.
Os mandados são efetivados na casa de todos os investigados, incluindo a casa do atleta, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O Gaeco e a PF também realizam a operação na sede das empresas DR3 – CONSULTORIA ESPORTIVA LTDA e da BH27 OFICIAL LTDA, em Lagoa Santa, e no quarto de Bruno Henrique no Ninho do Urubu, CT do Flamengo.
Além do atacante do Flamengo, também são alvos da operação: Wander Nunes Pinto Junior, irmão de Bruno Henrique; Ludymilla Araujo Lima, cunhada dele; Poliana Ester Nunes Cardoso, prima do jogador; o casal Claudinei Vitor Mosquete Bassan e Rafaela Cristina; e Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Douglas Ribeiro Pina Barcelos e Max Evangelista Amorim, todos residentes da capital mineira.
A Itatiaia entrou em contato com o representante do jogador e aguarda um posicionamento sobre o assunto.