Futebol e música caminham lado a lado, e vários artistas renomados nutrem paixão pelo esporte mais popular do Brasil. Como acontece, por exemplo, com Carlinhos Brown, cantor baiano que torce para o Bahia, adversário do Cruzeiro, neste sábado, às 18h30 (de Brasília), pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Famoso por suas criações inovadoras no ramo musical, Brown não esconde o seu amor pelo Tricolor de Aço, e dá boas vindas aos cruzeirenses que visitarem Salvador.
“Eu vou torcer para o meu time ganhar, o cruzeirense torce para o Cruzeiro ganhar. Isso é ótimo, os torcedores são muito bem-vindos à Arena Fonte Nova”, disse, em entrevista à Itatiaia.
O Bahia não vence há cinco jogos no Campeonato Brasileiro. A má fase do time é ainda maior se analisados os números gerais -- sete partidas sem vencer.
E esse desempenho repercute na tabela de classificação do Brasileiro, já que a equipe ocupa o 15º lugar, com oito pontos ganhos em nove jogos. O Cruzeiro está melhor colocado na competição, mas amarga também uma sequência sem bons resultados: cinco jogos sem vencer (no geral) e três partidas de jejum no Brasileirão.
“A gente está há um tempo precisando ganhar. Acredito que sim, o Bahia está numa condução muito boa, se internacionalizando, a SAF com o (Grupo) City, uma liderança maravilhosa do Ferran Soriano, com mais de 13 times em todo mundo”, disse Brown, mostrando uma boa expectativa com a nova fase do Bahia, incorporado pelo Grupo City.
Futebol como ferramenta de inclusão
Para Carlinhos Brown, o futebol tem enorme papel social no Brasil.
“Acredito que isso incentiva o futebol, pelo fato do que a gente sabe, os desejos de emergir da pobreza, da violência, um dos caminhos é o futebol, como é a música. Os jogadores, os músicos lutam para que a educação chegue nessas comunidades. O futebol é uma opção, as divisões de base são grandes opções. Temos que educar a sociedade como um todo”, disse.
Violência no futebol
Engajado em causas sociais, Carlinhos Brown defendeu o futebol como ferramenta de inclusão. No entanto, criticou veementemente toda e qualquer violência que surja a partir do esporte.
“Futebol não tem esse conceito (da violência). Futebol tem o conceito da resistência, de preparação física, de preparação. Quando o jogador se machuca, o que ele faz? Ele conta com outro tipo de jogo, o do fisioterapeuta, do médico, e tudo. O jogo da torcida é incentivar, é o jogo do amor”, comenta.
“Nada justifica o desrespeito por algum motivo. No final, quem vence são os melhores. É um recalque, você imaginar que seu time perdeu, e que você tenha alguma opinião sobre o time do outro, e agir com violência. Isso é completamente fora do jogo. Cartão vermelho para esses”, completou.
Quem é Carlinhos Brown?
Antônio Carlos Santos de Freitas, mais conhecido como Carlinhos Brown, é cantor, compositor, percussionista e poeta. Escolheu o codinome “Brown” em homenagem a James Brown e H. Rap Brown, líderes da música negra nos anos 1970.
Teve na percussão seus primeiros instrumentos musicais, influenciado pelos terreiros do candomblé. Integrou no fim dos anos 1970 à “Mar Revolto”, banda onde fez sua primeira gravação profissional. Em 1984, integrou à Acordes Verdes, de Luiz Caldas.
Brown foi um dos criadores do samba-reggae, e em 1985, fez parte da banda de Caetano Veloso, no disco “Estrangeiro”.
Nos anos 1990, encampou o projeto da Timbalada, ganhando o Brasil e o mundo, dando oportunidade a jovens de baixa renda do Candeal, bairro onde nasceu, em Salvador.
Começou a carreira solo em 1996, ganhando ainda mais reconhecimento internacional. Em 2002 fez parte do projeto “Tribalistas”, ao lado de Marisa Monte e Arnaldo Antunes.
Carlinhos Brown também participou do programa The Voice, sucesso na TV Globo, ao lado de Tiago Leifert, Claudia Leitte, Daniel, Michel Teló e Lulu Santos.