Empresa contratada pelo Cruzeiro para definição de estratégias sobre onde o clube deve mandar seus jogos, a WTorre Entretenimento confirmou à Itatiaia que tem interesse em operar o Mineirão, estádio administrado atualmente pela Minas Arena.
Em nota enviada à reportagem, a WTorre confirmou a possibilidade de operar o estádio, ainda que respeite o atual contrato de concessão firmado entre o Governo de Minas e a Minas Arena.
Leia a nota na íntegra:
“A WTorre Entretenimento tem prestado consultoria para o Cruzeiro no apoio para a definição de estratégias, que podem incluir inclusive a operação pela empresa no local a ser escolhido pelo clube para jogar. Em relação ao consórcio Minas Arenas, há uma relação amigável e reconhecimento por sua história. O Grupo WTorre pauta sua atuação no respeito por todos os acordos de concessão firmados com toda e qualquer empresa privada no Brasil”, informou a WTorre.
A WTorre é responsável pela gestão do Allianz Parque, estádio do Palmeiras. Desde 2010, o Gigante da Pampulha, em Belo Horizonte, tem como concessionária a Minas Arena a partir de um contrato assinado com o Governo de Minas Gerais.
Multa por eventual rompimento
Um eventual rompimento do contrato por parte do estado com a Minas Arena implicará em multa estimada entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões. Uma nova concessionária teria que arcar com esse valor para assumir a gestão do Mineirão.
O rompimento unilateral do contrato pelo estado está previsto na Lei nº 8.987, que trata das Concessões Públicas, mas exigiria que o governo indenizasse a Minas Arena à vista - o recurso viria justamente de uma nova concessão.
Desde 2013, o estado já repassou à Minas Arena mais de R$ 1 bilhão como indenização pelos investimentos na reconstrução e na administração do Mineirão. Até o fim do contrato de concessão, com duração total de 27 anos, há a previsão de mais de R$ 800 milhões em parcelas mensais. A atualização do valor é feito pela taxa Selic.
O contrato da Minas Arena para administração do Mineirão vai até 2037.
Governo já assumiu desejo de romper contrato
Em 2022, o Governo de Minas admitiu a possibilidade de romper o contrato com a Minas Arena para se ver livre dos repasses mensais feitos à concessionária.
A partir deste ano, os repasses do governo à Minas Arena caíram de R$ 10 milhões para R$ 3,5 milhões mensais. A concessionária passou a ser remunerada este ano apenas com base em seu desempenho operacional (Pb - gratificação pela execução).
Até 2022, a Minas Arena ainda recebia ressarcimentos pelos investimentos feitos na modernização do estádio para a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014. As parcelas chamadas Pa eram a mais onerosas para o estado.
Cruzeiro, o maior interessado
Em 15 de junho do ano passado, Ronaldo se reuniu com o governador Romeu Zema (Novo) e com o então secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Fernando Marcato na sede do BDMG, em Belo Horizonte. A encampação (extinção unilateral do contrato de concessão com a Minas Arena) foi o principal tema do encontro.
Devido à relação turbulenta com a Minas Arena, o Cruzeiro é o principal interessado no rompimento do contrato entre o estado e a concessionária.
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