Presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman, falou sobre a possibilidade de Nacional e Peñarol, do Uruguai, jogarem o Campeonato Gaúcho 2026. A questão foi levantada por jornais uruguaios na noite dessa segunda-feira (17).
Em contato com a Itatiaia na manhã desta terça-feira (18), o mandatário da FGF negou ter recebido qualquer contato dos clubes uruguaios. Ele também explicou o que seria necessário para que ambos pudessem ingressar na competição estadual.
“Para que isso possa acontecer, primeiro precisam desfiliarem-se da AUF (Associação Uruguaia de Futebol), depois disso pedirem a filiação na FGF, cumprindo todos os requisitos exigidos em nosso estatuto”, disse o presidente.
Após o sorteio das Copas Libertadores e Sul-Americana, na sede da Conmebol em Luque, no Paraguai, a notícia de que Nacional e Peñarol estariam interessados em participar da próxima edição do Gauchão foi veiculada pela imprensa uruguaia, repercutindo no Brasil.
O presidente do Peñarol, Ignacio Ruglio, teria proposto que os dois clubes jogassem o estadual gaúcho da próxima temporada. D’Alessandro, diretor esportivo do Inter, também teria conversado com o representante carbonero.
Hocsman, por sua vez, afirma que ‘não só com eles mas com qualquer outro clube’ deve passar pelo processo de filiação na federação.
O advogado desportivo Décio Neuhaus, que também é coordenador jurídico da SIAPERGS (Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio Grande do Sul) e da FENAPAF (Federação Nacional dos Atletas Profissionais), disse à Itatiaia que é muito difícil que os clubes uruguaios participem do estadual gaúcho.
‘Primeiro, teriam que se filiar a CBF e FGF. Tecnicamente tem que passar por divisões inferiores a não ser que fossem convidados. Também teriam que ter domicilio jurídico no Brasil. Onde jogariam como mandantes? Qual seria a posição da associação nacional do Uruguai? Me parece totalmente inviável’, comentou.
Por volta das 12h (de Brasília), Hocsman enviou uma nota à reportagem contextualizando que a gestão da FGF não foi procurada para tratar do caso. Confira:
O que diz a FGF sobre Nacional e Peñarol no Gauchão?
‘Importante desde já mencionar que a FGF, pelo menos nessa gestão, nunca foi procurada por ninguémpara tratar deste tema.
Recebemos essa informação pela imprensa hoje. Ainda que isso seja muito interessante, e mostre a força e importância do futebol gaúcho no cenário internacional, é uma questão muito complexa e difícil de acontecer.
O primeiro passo seria os clubes se desfilarem da AUF. Depois disso, necessitariam se regularizar junto ao Brasil, com a inscrição no CNPJ e demais documentações. Feito isso, teriam que iniciar o processo de filiação junto à FGF, cumprindo o que determina o Estatuto da entidade. Regularizados na FGF, o pedido de filiação é encaminhado à CBF para registro na entidade nacional. Cumpridos esses passos, pelo Estatuto da FGF, iniciariam sua jornado gaúcha com a disputa da Série B do Gauchão até que fossem conquistando vagas à Série A2 e depois à Série A1 (Gauchão). Além disso, como estariam filiados à FGF e à CBF, teriam que conquistar vaga à Série D do Brasileiro até chegar ao Brasileiro da Série A.
Esses seriam os passos. No entanto, o futebol gaúcho estará sempre de portas abertas para receber os clubes uruguaios para disputa de torneios de integração e/ou preparação com os clubes do Rio Grande do Sul’.