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Renato Paiva promete futebol ofensivo no Botafogo: ‘Agradará ao torcedor’

Apresentado como novo treinador do Glorioso nesta sexta (28), no Nilton Santos, o português fez elogios ao elenco e valorizou o período sem jogos até a estreia pelo Brasileirão

Renato Paiva, novo treinador do Botafogo, e John Textor no Nilton Santos

Apresentado como técnico do Botafogo nesta sexta (28), no Nilton Santos, o português Renato Paiva prometeu pôr em prática um modelo de jogo “que vai agradar ao torcedor”. O técnico foi questionado sobre o estilo de suas equipes e não hesitou: o Alvinegro terá uma proposta de jogo ofensiva sob seu comando.

“Me descrever como treinador é como olhar as minhas equipes. Uma proposta de jogo ofensiva, ter a bola o maior tempo possível e, quando perdemos, recuperar o mais rápido possível. Uma equipe que não é reativa, que vai buscar o gol adversário. No México, fomos o melhor ataque do campeonato, considerada a equipe junto com Toluca de melhor futebol. Fundamentado no desenvolvimento individual dos jogadores. Acredito muito. Com o desenvolvimento do indivíduo, quando todos conectados, o coletivo será mais forte”, iniciou o treinador.

“Invisto muito tempo nisso. Temos uma relação muito próxima aos jogadores. Acima de tudo, consciente do que a torcida do Botafogo quer, em termos de intensidade, e de conquistas. A forma como vejo o jogo, muito posicional, a forma como desenvolvemos a forma de jogar é algo que vai agradar o torcedor do Botafogo”, concluiu.

Após 54 dias sem técnico - quando amargou os vices da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana e queda precoce no Carioca -, o Botafogo terá um mês para preparar-se para o Brasileirão.

A estreia de Renato Paiva no comando do Glorioso será contra o Palmeiras, no Allianz Parque, no dia 29 ou 30 de março. A CBF ainda detalhará as datas e horários da Série A. Veja a tabela!

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“Ter esse mês de trabalho é uma sorte. É ruim por estarmos fora de uma competição. O treinador não olha para os problemas, encontra soluções. Temos um mês para juntar a equipe. A base é campeã, elenco extraordinário em nível técnico e psicológico. É um grupo com muita ambição e provaram isso. A conquista da Libertadores foi uma façanha de um grande clube. A base está aqui, é boa, e temos que dar um toque da nossa forma de ver o jogo. Os torcedores ficarão muito orgulhosos da forma que os jogadores vão representá-los”, afirmou Paiva.

John Textor, que já havia defendido a escolha de Paiva e o planejamento da SAF em 2025 após a derrota para o Racing, esteve ao lado do treinador português e reforçou os elogios ao técnico.

“Foram muitas boas conversas (no processo de escolha). Renato (Paiva) foi o mais preparado neste processo. Sabia mais individualmente dos nossos atletas mais do que eu. Tem um plano para cada um deles e apresentou isso nas conversas. Não só um plano individual, mas também um coletivo. Isso foi o mais impressionante. Não só sua experiência, mas a sua preparação para isso. Foi um longo processo e era importante explicá-lo”, explicou John Textor.

Relembre, abaixo, todos os técnico do Botafogo desde o início da gestão de John Textor:
  • Luís Castro: 22 de março de 2022 a 30 de junho de 2023
  • Bruno Lage: 7 de julho de 2023 a 3 de outubro de 2023
  • Lucio Flavio: 3 de outubro de 2023 a 14 de novembro de 2023*
  • Tiago Nunes: 16 de novembro de 2023 a 22 de fevereiro de 2024
  • Artur Jorge: 5 de abril de 2024 a 3 de janeiro de 2025
  • Renato Paiva: 28 de fevereiro de 2025

*Lucio Flavio iniciou como interino e foi efetivado posteriormente
**Cláudio Caçapa, Fábio Matias e Carlos Leiria já dirigiram o Botafogo interinamente

Confira, abaixo, outras respostas de Renato Paiva, novo treinador do Botafogo:

Como Renato Paiva chega ao Botafogo?
"É com enorme orgulho e satisfação que chego a esse gigante do futebol mundial e brasileiro. O objetivo, de qualquer treinador, é treinar um clube da dimensão do Botafogo, com sua história e presente. Quando surgiu a oportunidade, nem pestanejei e estava a meu alcance. Chego pelo trabalho de 23 anos de carreira. 18 no Benfica. Não é fácil. Depois, com minha saída para o exterior, começando pelo Del Valle, com um título histórico. Uma passagem não tão boa, uma passagem pelo Bahia. Concordo com o John. Olhando para a realidade, não foi tão mal como se diz. Foi um título estadual que não se ganhava há três anos, com um elenco novo, com jogadores chegando ao longo da temporada e sem tempo para treinar. Com uma campanha na Copa do Brasil que só saímos nos pênaltis para o Grêmio.

Depois, no Toluca, que considero o meu melhor trabalho em termos de qualidade de jogo e números. O Mexicano tem uma fase regular e as eliminatórias. A forma que vejo o jogo se encaixa na forma do Botafogo. Há uma forma que o torcedor exige e vamos tentar sempre tentar ganhar dessa forma. O Botafogo Way. Foi através desse percurso, com as pessoas vendo as minhas qualidades, que chego ao Botafogo.”

O “sim” ao Botafogo
“Primeira coisa que me fez aceitar o projeto está aqui, no escudo, na grandeza e história do clube. Ainda mais no momento que venho treinar o atual campeão brasileiro e da Libertadores. Isso, juntando com a história de gente tão ilustre como Garrincha, Jairzinho, Nilton Santos, Túlio, é mais do que suficiente quando o convite chegou.

Recusei alguns convites pois não eram projetos. Essa forma do John e da Eagle de olhar para o jogo, que fomentaram isso, é a cara da minha comissão técnica e da forma que vemos o trabalho. Vamos ter esse mês. Este projeto que me foi apresentado, tenho certeza que é um casamento perfeito. A forma que o torcedor que que o jogo aconteça, nem sempre vamos conseguir jogar bem e ganhar, mas vamos procurar isso. Jogar bem é relativo. Para mim, é fazer do jogador protagonista. Vão desfrutar muito. Nós trabalhamos para chegar a essa exigência e com pressão de ganhar. Todo treinador que lutar por títulos. Dentro disso tudo, quando o projeto foi apresentado, o nome do Botafogo era suficiente, mas tudo encaixou com a forma que vejo futebol.”

Avaliação do elenco
“O elenco é, como disse, campeão da Série A e da Libertadores. Não é a saída de alguns jogadores que vai mudar. O Scout já deu mais provas da competência e qualidade. Soube repor essas saídas. Com qualidade e características necessárias. Estou muito satisfeito. Mistura experiência com juventude. Temos jogadores que nos deixam com água na boca para trabalhar com eles. O equilíbrio é sempre muito difícil em clubes grandes. Vamos construir um contexto favorável para os desenvolverem. Nunca estamos satisfeitos, mas estou satisfeito com o que vou encontrar.”

Relação com o torcedor
“Minha relação com a torcida é ganhar e jogar bem. É assim em todo lado. No Brasil é mais. É importante que desejem ganhar sempre. Temos que estar preparados para dar essa resposta. É do campo, do que fizermos em campo, que trará os torcedores para perto de nós. Vamos, com o elenco que temos, dar continuidade com o nosso cunho pessoal. A base é campeã e vamos aproveitar isso. Há momentos difíceis para os treinadores no Brasil. Tive no Bahia, aprendi, sou uma pessoa diferente. A torcida é o coração do clube, reage dentro da paixão, temos que entender isso. E, desse lado, tem que haver razão para tomar as melhores decisões.”

Confira, na íntegra, a declaração de John Textor na apresentação de Renato Paiva:

“Quero apresentá-los ao novo treinador, Renato Paiva. Vocês conhecem o histórico, tem histórico no Brasil e em Portugal. Foram 15 anos nas divisões de base do Benfica. Eu sou um fã da formação e do desenvolvimento do Benfica. Certamente, gosto de ter o meu tempo para escolher o técnico. Fui claro sobre como vejo o calendário e muitos torcedores queriam uma decisão rápida. Não sou surdo para a opinião dos torcedores, mas gosto de tomar as decisões com clareza.

Eu aproveitei o tempo para conversar com uma série de treinadores. Gosto de ter essas discussões privadas, sem trazer a público sobre quem fizemos ofertas ou não. A maioria dos rumores não procede com o processo que tivemos. Como dono da Eagle, gosto de conversar com os técnicos ao longo dos anos. São conversas. Quando tenho a oportunidade de conversar com um técnico em 2021, foi um café da manhã com Paulo Fonseca. Em 2025, vi uma oportunidade de contratá-lo (para o Lyon).

Essas conversas são para nos conhecermos ou são muito específicas. Fizemos uma oferta ao André Jardine, achei que era um nome certo, mas conversamos com uma série de treinadores, que as expectativas de carreira não se alinharam com a nossa do clube. Foram várias oportunidades para contratar bons treinadores, acalmar a torcida, mas esse período foi importante para encontrar um técnico alinhado com o nosso estilo de jogo.

Conseguimos um sucesso rápido como clube pois os jogadores acreditam no projeto, que mudou o caminho da Europa para o Botafogo e para a Europa caminho importante para a carreira. Do Botafogo para a Europa, que é onde sonham jogar. Se nos ajudarem no Brasil, vamos ajudar no seu caminho. Como isso se relaciona com o técnico? Para os jovens confiarem, você precisa de um técnico confia nos jovens. A maioria dos técnicos, como estão em uma profissão insegura, sentem-se inseguros. Treinar para evitar falhas se torna mais óbvio do que treinar para buscar o sucesso. É por isso que muitos técnicos optem pelos veteranos, mesmo que o tempo já tenha passado, por terem experiências. É o que dizem para colocá-los no lugar de jovens em desenvolvimento.

A realidade econômica do futebol brasileiro e dos atletas criou essa migração da América do Sul para a Europa. Isso estava aqui antes de mim. É importante ter um técnico que encaixa no modelo esportivo do nosso clube e que é apropriado para a cultura do continente. Essa confiança em juventude é uma métrica utilizada, que mede quanto o técnico usa e confia nos jovens. Pode ser 16% ou 25% (aponta para Renato Paiva), que mostra um técnico que confia muito nos jovens.

Se vamos construir um sistema sustentável, precisamos encontrar esse balanço. Com jogadores indo e chegando, é preciso encontrar um sistema para que não seja uma montanha-russa. Renato já demonstrou a confiança na juventude ao ficar, por decisão dele, 15 anos nas divisões de base do Benfica, desenvolvendo jovens. Aprendeu em uma grande academia e ajudou a construir essa grande academia. Trabalhou no Equador, duas situações distintas no México, o trabalho dele no Bahia. Não olho os resultados, eu gosto do trabalho dele no Bahia.

Em muitas organizações, o técnico é só uma parte. Suas experiências o alinham com o estilo que queremos. Inteligente, técnico e rápido. Se alcançar esses ideias aqui, vai depender do nosso trabalho, do meu, do departamento de futebol. Para chegar ao Botafogo Way, todos temos que trabalhar para isso. Essas são as razões que me fizeram tomar um tempo, tomar a decisão, com grandes opções, é o nome mais capaz para fazer o que queremos.

Foram muitas boas conversas. Renato é o mais preparado para essa discussão. Sabia mais individualmente dos nossos atletas mais do que eu. Tem um plano para cada um deles e apresentou isso nas conversas. Não só um plano individual, mas também um coletivo. Isso foi o mais impressionante. Não só sua experiência, mas a sua preparação para isso. Foi um longo processo e era importante explicá-lo.”

Jornalista e correspondente da Itatiaia no Rio de Janeiro. Apaixonado por esportes, pela arquibancada e contra torcida única.