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Torcedora do Atlético com doença rara revela ‘escapulidas’ do hospital para ir ao estádio

Palestrante e escritora, Rita Ephrem mora há cinco anos num hospital em São Paulo e não abandona o amor pelo Galo

Rita Ephrem recebeu visita de Felipe Felício, atacante revelado pelo Atlético e atualmente no Panionios, da Grécia

“Que Deus me perdoe, mas faço isso normalmente. Estou internada, mal. Assino minha alta, vou ao jogo do Atlético e volto para o hospital. Fiz isso várias vezes”. Você pode até não conhecer a autora desta afirmação, um tanto quanto ousada, e também arriscada; porém, com certeza vai passar a admirá-la e não esquecerá sua história. Ela se chama Rita Ephrem.

Nascida em Belo Horizonte e radicada no Líbano durante boa parte da juventude, essa atleticana de 30 anos sabe bem o sentido da expressão “lutar, lutar, lutar"; exatamente como consta no hino do clube de coração e presente em cada segundo de vida. Aos 25, quando não podia mais jogar futsal, modalidade na qual era destaque, ela foi diagnosticada com uma doença rara que mudou de vez o rumo das coisas.

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Ainda no Líbano, Rita ouviu de um dos médicos que teria apenas mais quatro meses de vida e que a ciência não tinha mais ferramentas para ajudá-la. Indicada a voltar para casa e curtir o tempo que lhe restava com familiares e amigos, ela o indagou e perguntou se era Deus. Inconformada com a situação, a moça não pensou duas vezes e optou por viver ali, sem saber o caminho. Após conversar com diversos profissionais, do mundo inteiro, e de muitos ouvir a mesma previsão, encontrou luz justamente na cidade em que nasceu.

Já sem recursos para bancar o tratamento e viagens, ela recebeu ajuda de onde menos esperava. O dinheiro para voltar ao Brasil e seguir lutando pela vida foi presente da família do assassino do tio, morto durante a guerra civil em solo libanês. Esta história, ela contou na íntegra durante participação no SantoFlow Podcast.

Apesar de não seguir em BH e ser transferida para um hospital em São Paulo, onde os recursos para seus tratamento eram mais avançados, Rita encontrou um novo lar. Internada há cinco anos, sem poder voltar para casa, ela fez do local o seu novo mundo. E se engana quem pensa que isso é motivo de tristeza.

Apaixonada por futebol e ligada em todas as competições, a atleticana aproveita o tempo para ficar por dentro de tudo e também para contar sua história. Com mais de 335 mil seguidores no Instagram, ela se tornou palestrante e escritora.

“Que me perdoe a ciência , mas meu sangue é diferente, ele e alvinegro”, conta Rita à Itatiaia.

“Eu já assustei os médicos e enfermeiros da UTI inúmeras vezes com gritos de gol e vieram com carrinho de parada achando que algo tinha acontecido”, vai além.

A doença de Rita

Como descreve nas redes sociais, Rita possui um erro inato de imunidade, que gerou diversos problemas de saúde. Um deles, a imunodeficiência comum variável, que deixa a produção de imunoglobulinas praticamente nula.

Os outros são as síndromes auto inflamatórias de subposição. Elas geram inflamações em órgãos e no organismo (meningite, pleurite, hepatite, pancreatite, colite, artrite e outras). A doença ainda não tem nome definido.

Quando jogava futsal, ela escondia os sintomas e não dava a devida importância a eles. Ao longo da entrevista, contou que ia para o vestiário, vomitava sangue e voltava para a quadra sem alarde.

“Aguentava meio jogo, chegava em casa com muitas dores e a semana toda passando mal, com febre. Já desmaiei no meio de um jogo”, relembrou.


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Henrique André é repórter multimídia e setorista do Atlético na Itatiaia. Acumula passagens por Uol Esporte, Jornal Hoje em Dia e outros veículos. Participou da cobertura de grandes eventos, como Copas do Mundo (2014-18), Olimpíada (2016-2021) e Mundial de Clubes (2025).