É a segunda vez em poucos dias que o jogador sofre xingamentos pela religião que pratica. Após a derrota da Seleção Brasileira para a Colômbia, ele também foi atacado. A jornalista escreveu sobre o orgulho da origem da família.
“Somos de axé, com muito orgulho. Crescemos nos terreiros cariocas, seguimos com obediência os preceitos do candomblé, exibimos gratidão aos orixás. Paulinho tem o amor da família, o apoio do clube, a proteção de nossas divindades”, escreveu Flávia Oliveira
“Chamar Paulinho - ou qualquer um de nós de macumbeiro - não nos ofende. É o que somos, escolhidos por orixás. Não desmerecemos a fé de ninguém. Exigimos respeito. Axé para quem é de axé", completou.
Paulinho é o artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 18 gols marcados. Ele abriu o placar para o Atlético na vitória de 3 a 0 sobre Flamengo, no Maracanã.
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Paulo Henrique Sampaio Filho, Paulinho, PH7, PH10, Paulinho Macumbeiro, é menino nascido no subúrbio do Rio, que desde muito cedo sonhou unicamente jogar futebol. É exemplo de trabalho, persistência, esperança, fé. Desde menino, fez do esporte oficio, sustento e alegria.
Passou pelo Madureira, formou-se no Vasco da Gama. Esteve por quatro anos no Bayer Leverkusen, na Alemanha. Chegou ao Atlético neste 2023, determinado a se destacar. Brilhou na Libertadores. Está brilhando no Brasileirão.
É artilheiro isolado do campeonato a duas rodadas do fim. Até aqui, 18 gols. Faz a alegria da torcida do Atlético Mineiro, amedronta e encanta adversários. Faz parte.
O que não faz parte - ou não devia fazer - e a onda de racismo religioso que emerge a cada atuação.
A intolerância sempre existiu, desde que, digno, corajoso e orgulhoso de nossa fé, ele assumiu publicamente ser filho de Oxóssi, protegido por Exu. Por seus talento e atitude, foi agraciado com as medalhas Pedro Ernesto e Tiradentes, maiores condecorações do RJ.
As mensagens com ofensas se multiplicam. Felizmente, também é imensa a corrente de solidariedade e repúdio ao racismo religioso, crime previsto na Lei 14.532/2023. Somos uma família unida por todos os laços que se podem unir: criação, afeto, fé.
Somos de axé, com muito orgulho. Crescemos nos terreiros cariocas, seguimos com obediência os preceitos do candomblé, exibimos gratidão aos orixás. Paulinho tem o amor da família, o apoio do clube, a proteção de nossas divindades.
Chamar Paulinho - ou qualquer um de nós de macumbeiro - não nos ofende. É o que somos, escolhidos por orixás. Não desmerecemos a fé de ninguém. Exigimos respeito. Axé para quem é de axé.