Aos 95 anos, Maria da Rocha Cardoso, mais conhecida como Lourdes pela família e pelos amigos, viveu um momento inesquecível nesta final do Campeonato Mineiro: foi ao estádio pela primeira vez ver o time do coração, o Atlético. Pé quente, viu
Torcedora do Galo desde criança, sempre teve como uma de suas maiores vontades assistir presencialmente a um jogo do time. Durante a partida, perguntada por um dos seus netos quantos gols iriam acontecer, ela respondeu: “Vai ser de dois, claro!”. E não é que Dona Lourdes acertou?
O fascínio toma conta da idosa toda vez que o time joga. “Ela sempre foi muito apaixonada, quando começa o jogo ela grita sozinha. Se ela estiver lá embaixo no quarto assistindo televisão, quando marca um gol fica igual louca gol, gol, gol!”, conta a filha Sandra Cardoso.
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A paixão passou para os netos que são todos atleticanos e foram dois deles, Igor Cardoso e Bruno Cardoso, que fizeram o sonho da idosa se tornar realidade. Sandra conta que a vontade de levá-la ao campo é antiga, mas que sempre aconteciam imprevistos que impossibilitavam a família de levá-la ao Mineirão.
O temor da violência e da falta de acessibilidade para a idosa falavam mais alto. “Os meninos sempre falaram com ela que se ela tivesse vontade de ir um dia eles iam levá-la. Teve até um campeonato ano passado que eles prometeram que ia levá-la e acho que era muito perigoso. Aí eles desistiram. Ela ficou super chateada”, conta Sandra.
Preparativos
Para o grande dia os preparativos foram muitos. A família queria evitar que Lourdes ficasse ansiosa sobre o evento e só contou que eles iam levá-la na quinta-feira anterior à partida. Na véspera, com muita animação, a idosa ligou para a família e para os amigos para contar que, finalmente, iria ao estádio em um jogo do Atlético.
No dia do jogo, Lourdes fez questão de colocar uma meia quentinha, porque ela queria ser “pé quente”. “Hoje, ela já levantou cedo. Tomou banho, lavou o cabelo, passou o batom e rouge, preparou a camisa Galo e calçou uma meia bem quentinha, ela falou que era para ser pé quente”, explica a filha.
Igor conta como foi o planejamento para levá-la à partida. “Quando começou as vendas dos ingressos a gente comprou e, logo em seguida, compramos o estacionamento para não ter problema, né?”, explica.
Os netos queriam que ela andasse o menos possível, o que não foi possível porque a entrada do estacionamento para o setor Superior Roxo estava fechada por causa da torcida do América. “A gente teve que dar uma volta inteira a pé no Mineirão. A única parte boa disso foi que minha avó foi admirando a torcida. Agora, ela está curtindo. Então, nada se compara a felicidade dela”, conta o neto.
(Sob supervisão de Lucas Borges)