O futebol brasileiro sempre foi conhecido pela grande diversidade de jogadores ano após ano. Além dos inúmeros jogadores estrangeiros, a Série A do Campeonato Brasileiro conta com representantes de quase todos os estados do país. A única exceção é o Amapá, como mostra levantamento exclusivo feito pela Itatiaia.
Dentre as origens “não muito comuns” para os jogadores da Série A, uma delas se coloca como destaque: o Acre. O estado do Norte do Brasil é um dos quatro que conta com apenas um jogador na elite do futebol nacional, e pode-se dizer que ele representa muito bem o lugar de onde veio.
Natural de Rio Branco, capital do Acre, o goleiro Weverton, do Palmeiras, é o único jogador do estado que disputa a primeira divisão nacional. Aos 35 anos, ele é referência na posição e acumula convocações para a Seleção Brasileira, tendo participado do ouro olímpico em 2016, além das campanhas na Copa América 2021 e na Copa do Mundo em 2022.
O jogador começou a carreira no futebol acreano, onde defendeu Andirá e Juventus ainda nas categorias de base. Na categoria Sub-19, ele foi contratado pelo Corinthians e acumulou empréstimos para Remo-PA, Oeste-SP e América-RN, até ser contratado em definitivo pelo Botafogo-SP em 2009.
Ascensão meteórica até a elite do futebol brasileiro
A passagem pelo interior de São Paulo durou menos de uma temporada. Em 2010, Weverton assinou com a Portuguesa, onde ficou até 2012 e rumou para o Athletico-PR. No Furacão, veio o destaque nacional já aos 25 anos de idade.
O goleiro jogou em Curitiba por seis anos e, durante grande parte desse período, foi tido como um dos principais nomes da posição no Campeonato Brasileiro. O destaque, inclusive, o levou a ser titular da Seleção Brasileira na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.
Em 2018, o reconhecimento levou Weverton ao Palmeiras, de onde não saiu desde então. Essa é a sexta temporada do goleiro com o time paulista, sempre indiscutível como titular e frequentemente lembrado nas convocações da Seleção.
Nos cinco anos de Palmeiras, Weverton já participou de 318 jogos. No elenco atual, o goleiro é o segundo jogador que mais vestiu a camisa do clube, atrás apenas de Dudu, com 443 partidas.
Desde a chegada ao Verdão, o goleiro venceu duas edições do Campeonato Brasileiro duas vezes (2018 e 2022); uma Copa do Brasil (2020); e duas edições da Libertadores (2021 e 2022), além de três títulos do Paulistão (2020, 2022 e 2023); uma Recopa Sul-Americana (2022) e uma Supercopa do Brasil (2023).
Mapa da Série A do Brasileiro
Em levantamento inédito, a Itatiaia traz a origem dos atletas que compõem os 20 clubes que disputam o Brasileirão. O raio X exclusivo traz números curiosos e será apresentado em uma série de reportagens ao longo desta semana.
Dos 729 jogadores da Série A, 612 são brasileiros nascidos em 291 municípios. Maior cidade do país, São Paulo é também a maior formadora, com 70 atletas na elite. Logo depois aparecem Rio de Janeiro (62), Belo Horizonte (11), Salvador (11) e Curitiba (11).
A Série A é também o ganha-pão de 117 jogadores estrangeiros, de 16 países e nascidos em 83 cidades do exterior. Os ‘gringos’ representam 16% dos boleiros do Brasileirão.
Um dado curioso apurado neste levantamento é que Montevidéu é a terceira cidade com mais jogadores na Série A, perdendo apenas para São Paulo e Rio. A capital do Uruguai tem 17 representantes na principal competição do futebol brasileiro.
Dentre os 117 estrangeiros, 105 são sul-americanos, de oito países. Os argentinos lideram, com 39 jogadores, seguidos por Uruguai (27), Colômbia (14), Equador (7), Paraguai (7), Chile (7), Venezuela (2) e Bolívia (2). Escola tradicional no continente, o Peru não tem, neste momento, nenhum jogador entre os 20 clubes da elite nacional.
A Série A ainda tem jogadores nascidos em outros oito países: Estados Unidos (3), Portugal (2), Espanha (2), França (1), Alemanha (1), Grécia (1), Angola (1) e Argélia (1). O levantamento considera a naturalidade e não a nacionalidade atual.
*Participaram do levantamento os jornalistas Hugo Lobão, Leonardo Parrela, Lucas Sanches, Maria Fernanda Ramos, Mateus Moreira, Matheus Muratori, Pedro Leite, Sofia Gontijo, Túlio Kaizer, Tiago Mattar e Bruno Furtado