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Grama sintética tira estádios de projeto do Brasil para a Copa Feminina de 2027

CBF tem que enviar para a Fifa até dezembro as arenas indicadas para a candidatura; federação internacional exige grama natural ou híbrida

Gramado sintético do Allianz Parque, estádio do Palmeiras

A CBF prepara a lista de estádios que serão incluídos no projeto da candidatura brasileira para a Copa do Mundo Feminina de 2027. A confederação tem que enviar o documento à Fifa até 8 de dezembro de 2023.

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Estádios modernos como o Allianz Parque, do Palmeiras, e a Ligga Arena, do Athletico, além do Nilton Santos, que poderia ser uma segunda opção no Rio, além do Maracanã, foram descartados porque têm gramado sintético. A Arena MRV, equipamento novíssimo do Atlético e que poderia aparecer no projeto, cogita ter gramado sintético a partir de 2024, o que automaticamente o descarta.

O regulamento da Fifa para as candidaturas da Fifa exige campo com grama natural ou natural reforçada, chamada de híbrida (que tem como exemplo a casa do Corinthians, a Neo Química Arena).

Hoje, a CBF trabalha principalmente com estádios que estiveram na Copa do Mundo Masculina de 2014. Essa é a tendência até para ajudar na disputa na candidatura, já que as cidades, e os gestores dos equipamentos, já têm a experiência de um evento deste porte.

O projeto da CBF

O Brasil é uma das quatro candidaturas aprovadas e concorre com a também solo da África do Sul, e com as em conjunto de EUA/México e de Alemanha/Bélgica/Holanda. Representantes da Fifa visitarão os concorrentes em fevereiro de 2024, e o Conselho escolherá o vencedor, com o voto dos 211 filiados, no Congresso que será realizado em 17 de maio de 2024, na Tailândia.

A Fifa exige um mínimo de oito estádios para a realização da Copa Feminina, mas os candidatos têm que enviar sugestão de no mínimo dez e no máximo 12.

A capacidade para jogos da fase de grupos, com exceção da abertura, até as quartas de final é de 20 mil espectadores, metade do que é exigido para a Copa Masculina. As semifinais precisam de uma arena com capacidade mínima de 40 mil pessoas, e a abertura e a final de estádios para pelo menos 65 mil torcedores.

A CBF pode enviar sugestão de até 12 estádios, apesar de a avaliação seja de que dez arenas seja o ideal, até para minimizar custos. Foi, por exemplo, o número usado por Austrália e Nova Zelândia na Copa de 2023, encerrada em 20 de agosto com o título da Espanha.

A final será oindicada para o Maracanã, no Rio, uma sugestão natural e que repetiria o palco das decisões masculinas dos Mundiais de 1950 e 2014. Já abertura não seria em São Paulo, como há nove anos: a sugestão, neste momento, tende a ser pelo estádio Mané Garrincha, em Brasília.

O plano da CBF é minimizar os investimentos públicos ao máximo, o que é considerado essencial para tornar a candidatura competitiva. A opção será por estádios modernos e novos, incluindo os que estiveram na Copa do Mundo Masculina de 2014. Alguns estão com a manutenção precária nove anos depois e precisam de reforma.

A Copa de 2027 terá o mesmo formato e número de participantes da edição 2023: 32 seleções divididas em oito grupos de quatro no estágio inicial, com as duas primeiras de cada chave avançando para as oitavas de final. Depois seguem os confrontos eliminatórios até a final, com 64 partidas no total.

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.