Enviado especial a Doha, no Catar - Tite deixa o comando técnico da Seleção Brasileira com uma frase curta em sua entrevista coletiva, afirmando que a eliminação diante da Croácia, nas quartas de final da Copa do Catar, é o fim de um ciclo, e também com a pior história entre os treinadores que tiveram a chance de comandar o Brasil em pelo menos dois mundiais.
Essa lista conta com cinco nomes, sendo que quatro deles tiveram a chance de dirigir a Seleção em duas Copas. Um outro, em três, isso nas 22 edições que a competição já teve, contando com a atual.
Três deles conquistaram o título uma vez, dois fracassaram em ambas as tentativas, mas com certeza ocupam lugares distintos na galeria dos técnicos do time canarinho.
Telê Santana foi o comandante de uma das maiores equipes do futebol mundial, o Brasil de 1982, que caiu diante da Itália num dos triangulares das quartas de final.
E em 1986, no México, teve sua segunda oportunidade e sem o mesmo brilho de quatro anos antes seu time foi eliminado também nas quartas de final, para a França, nos pênaltis. Mas ele é lembrado como Mestre, apelido que ganhou da crônica esportiva.
Recordista
O pioneiro dessa lista é Zagallo, que dirigiu o Brasil em três Mundiais, sendo o comandante da maior Seleção de todos os tempos, o time tricampeão do mundo em 1970, no México.
Ele seguiu no cargo, mas em 1974, na Alemanha, sua equipe ficou na quarta colocação e 24 nos depois, na França, em 1998, ele completou sua trinca com um vice-campeonato.
Todas as 21 partidas de Copa do Mundo que Zagallo poderia comandar o Brasil ele comandou, embora a taça tenha levantado apenas uma vez.
Em 1994, Carlos Alberto Parreira, também na sua primeira chance, venceu a Copa do Mundo encerrando o jejum de 24 anos, que durava desde 1970 e que o Brasil terá contra em 2026, nos Estados Unidos, Canadá e México.
Ele voltou à Copa dirigindo o Brasil em 2006 e foi o primeiro a fracassar na busca pelo hexa, pois caiu nas quartas de final, diante da França.
Penta e vexame
Luiz Felipe Scolari assumiu a Seleção em cima da hora e comandou o time pentacampeão mundial em 2002, na Coreia do Sul e Japão.
Em 2014 voltou a dirigir o time, numa Copa em casa, mas participou do maior vexame da história do futebol brasileiro, a goleada de 7 a 1 para a Alemanha nas semifinais.
Tite, após a queda para a Bélgica nas quartas de final de 2018, foi mantido no comando do time brasileiro. Fez todo o ciclo até o Catar, mas deixa o comando da Seleção sem ter muito o que mostrar.
Com um time leão de amistosos, mas que acumulou fracassos em momentos decisivos e importantes, Tite decretou a maior sequência de um treinador à frente da Seleção com os 81 jogos que completou nesta sexta-feira, mas a marca fica em segundo plano, diante da decepcionante história que construiu dirigindo o Brasil em duas Copas do Mundo.