Enviados especiais a Doha - Na Copa de 1962, no Chile, um cachorro invadiu o campo durante a vitória por 3 a 1 do Brasil sobre a Inglaterra, nas quartas de final da caminhada rumo ao bicampeonato mundial, e a cena mais marcante foi o drible que ele deu em Garrincha, o craque daquele torneio. No primeiro dia de treinamento da Seleção no Grand Hamad Stadium, em Doha, ficou claro que o time de Tite terá vários “mascotes” no Catar, embora historicamente a convivência deles não seja boa com o canarinho. E a expectativa é que assim como o vira-lata que roubou a cena há 62 anos, os vários gatos que moram no estádio do Al Arabi, que cede suas instalações para os brasileiros, tragam sorte a Neymar e companhia.
Neste domingo (20), enquanto os jornalistas acompanhavam o trabalho no gramado, o centro de imprensa vazio virou local de exploração para dois gatos, um deles mais dócil e que transformou a mochila deixada por um fotógrafo em brinquedo.
São muitos os gatos pelas ruas de Doha. E também nas residências, embora o animal de estimação preferido deles, que nem todos possam ter, sejam os falcões. Isso porque essas aves ajudavam o povo que vivia no deserto e foi incorporada à cultura local.
No tradicional mercado de Souq Waqif, os falcões são uma atração e a falcoaria é um esporte nacional. O local tem até mesmo um hospital completo para falcões, o Souq Waqif Falcon Hospital.
Os cachorros, por questões religiosas, são raros, praticamente só estrangeiros têm e existem muitas limitações de lugares onde eles podem frequentar. Os animais não podem andar soltos pelas ruas, mas apenas na coleira.
Assim como o cachorro que driblou Garrincha no Chile, a expectativa é de que os gatos do Grand Hamad Stadium, mesmo os pretos, que no Brasil viraram símbolos de azar posam dar sorte à Seleção Brasileira na sua caminhada em busca do hexa no Catar.