Aaron Rodgers, quarterback do New York Jets, teve sua temporada encerrada de forma antecipada ainda na primeira partida pelo clube. Na última terça-feira (12), foi confirmada a
O estádio, que já protagonizou outras graves lesões nas últimas temporadas, utiliza da grama artificial. Após o acidente da última segunda-feira (11), a polêmica sobre a falta de segurança deste tipo de gramado na prática do futebol americano voltou a ser assinto.
Pedido de intervenção
Lloyd Howell, diretor executivo da NFL Players Association (NFLPA), solicitou que a liga faça a mudança de todos os estádios para a grama natural. Como argumento, relembrou a exigência da Fifa para a Copa do Mundo de 2026 nos Estados Unidos, quando serão utilizados apenas este tipo de gramado. Estádios que contarem com a superfície sintética deverão fazer a troca. As equipes aceitaram o pedido da entidade.
“Mudar a grama artificial para uma natural de alta qualidade é a decisão mais fácil que a NFL poderia tomar. A esmagadora maioria dos jogadores prefere (a grama natural) e os dados deixam claro que a grama natural é simplesmente mais segura do que a artificial. É uma questão que esteve no topo da lista de prioridades dos jogadores durante as visitas da minha equipe e que levantei com a NFL”, afirmou.
Ciente dos custos para a troca dos gramados, Lloyd defendeu que os gastos serão ainda maiores se os astros da competição continuarem sendo prejudicados com repetidas lesões.
“Embora saibamos que há um investimento para fazer essa mudança, haverá um custo maior para todos em nosso negócio se continuarmos perdendo nossos melhores jogadores devido a lesões desnecessárias”, defendeu.
“Não faz sentido que os estádios possam mudar para superfícies de grama natural de qualidade superior quando chega a Copa do Mundo, ou que os clubes de futebol venham visitá-los para jogos de exibição no verão, mas superfícies artificiais de qualidade inferior são aceitáveis para os nossos próprios jogadores. Isso vale o investimento e simplesmente precisa mudar agora”, completou o dirigente.
Comunicado oficial do sindicato
Por meio do site da NFLPA, Joseph Carl “JC” Tretter Jr, ex-jogador do Green Bay Packers e atual presidente do sindicado, assinou um comunicado concordando com o pedido de mudança.
“A nossa ocupação é suficientemente perigosa e o aumento da taxa de lesões nas extremidades inferiores relacionadas com a superfície do campo onde somos forçados a jogar é inaceitável. A NFLPA está defendendo que as equipes convertam gramados artificiais de treino e jogo em campos de grama natural”, pontuou.
“Entretanto, estamos lutando em nome dos nossos jogadores para desenvolver melhores padrões de segurança e métodos de teste para grama artificial. Há espaço para inovação por parte dos fabricantes de grama artificial, mas até que o risco de lesões na grama artificial se equivala ao risco na grama natural, jogar na artificial não é do interesse dos nossos jogadores”, concluiu Tretter.
Histórico de lesões
Desde 2020, o Metlife Stadium sofre duras críticas por conta do gramado artificial. Na ocasião, o San Francisco 49ers perdeu cinco jogadores por lesões nas partidas contra os Jets e o New York Giants, que mandam os seus jogos na arena. Destes, Nick Bosa e Solomon Thomas ficaram de fora do restante da temporada.
Em 2021, o wide receiver Sterling Shepard, dos Giants, rompeu o tendão de Aquiles e o ligamento cruzado anterior no ano seguinte. Kyle Fuller, cornerback do Baltimore Ravens, rompeu o ligamento cruzado anterior em partida diante dos Jets. As lesõs ocorreram no mesmo estádio.
Antes do início da temporada, a administração da arena trocou o tipo do gramado sintético. A nova escolha foi elogiada por jogadores de Giants e Jets, inclusive Aaron Rodgers. Na oportunidade, afirmou: “Uma das melhores artificiais que já vi”.
Entenda a lesão de Rodgers
No momento da lesão, Rodgers já se sentou no chão e pediu atendimento. Apesar de não demostrar grande dor, ele deixou o campo amparado pela equipe médica e não voltou mais. Exames de raio-x foram realizados ainda no estádio, mas descartaram fratura. Nesta terça, exames de imagem mais detalhados confirmaram a gravidade da lesão.
Casos como esse rompimento do Tendão de Aquiles exigem ao menos seis meses de recuperação. Como a temporada 2023 acaba no primeiro domingo de fevereiro, o QB não voltaria a tempo e poderia se preparar para a temporada 2024, que começa em setembro do ano que vem.