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Colunista detona apostas esportivas mas defende: ‘Proibir seria pior’

Prática é permitida no Brasil desde 2018, ainda no Governo Michel Temer, mas não foi regulamentada pelas gestões seguintes

Richard, atualmente no Cruzeiro, é um dos investigados

Em coluna no portal UOL publicada nesta quarta-feira (10), a jornalista Milly Lacombe detonou as apostas em partidas de futebol, que têm sido foco durante a Operação Penalidade Máxima, instaurada pelo Ministério Público de Goiás.

Segundo a colunista, as apostas são uma realidade e, caso sejam proibidas, o problema pode ser maior. “As apostas são uma realidade, dizem. Não há por que tentar proibí-las. Proibir seria pior”, escreveu.

A Lei 13.756, de 2018, permite a realização de apostas esportivas no Brasil, mas a prática ainda não foi regulamentada no país. Ainda no mandato do ex-presidente Michel Temer, a Lei previa a regulamentação nos dois anos seguintes, o que não aconteceu até então, mas é algo trabalhado pelo atual governo, segundo a CNN Brasil.

A colunista questionou o porquê de existirem apostas em escanteios, laterais e cartões, e não somente no resultado do placar ou o minuto em que o gol sairá. Atualmente, apostadores precisam “prever” quantos cartões serão distribuídos no jogo, quantidade de gols, escanteios, laterais, etc. “Mas será que não basta apostar em resultado simples, no placar, no minuto em que o gol vai sair? É preciso apostar em escanteios, laterais e cartões? É preciso dar tanto espaço para a canalhice?”, perguntou.

Ao final do texto, a jornalista refletiu sobre o espírito do futebol, que, segundo ela, é deixado de lado devido à lógica empresarial do futebol. Segundo ela, não se sabe até quando o espírito futebolístico irá resistir às tentativas de aniquilação. “O futebol costuma resistir às tentativas de aniquilar seu espírito. Mas não sabemos até quando”, concluiu.

A Operação Penalidade Máxima

O Ministério Público de Goiás ofereceu nova denúncia contra 17 pessoas no âmbito da Operação Penalidade Máxima II. Os denunciados são divididos em três núcleos: financiadores, apostadores e intermediadores. Seis jogadores estão denunciados nessa nova fase. A Itatiaia teve acesso à denúncia e detalha as argumentações do MP-GO.

Os apostadores aliciavam atletas para que eles fossem punidos ao longo de partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022. Também há registros de manipulação em jogos de alguns estaduais de 2023. A Operação Penalidade Máxima teve, até agora, duas fases.

São quinze jogadores formalmente denunciados e outras nove pessoas classificadas como intermediários entre os atletas e os apostadores. Bruno Lopez de Moura é apontado pelo Ministério Público como chefe da quadrilha.

Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.